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Terça-feira, 30 de Dezembro de 2025
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Economia

“Simplificação” tributária complica e encarece o trabalho do produtor rural

Máquinas agrícolas e peças passam a ser taxadas na implantação da reforma tributária, corroendo as margens de lucro do setor

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Por Center News
“Simplificação” tributária complica e encarece o trabalho do produtor rural
Foto: Wenderson Araujo/Trilux
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A reforma tributária que começa a ser implantada no começo de 2026 deveria simplificar a vida do produtor rural, mas fará o contrário. A partir de janeiro, o agronegócio terá de lidar com novos impostos (IBS e CBS), perder isenções fiscais e digitalizar todas as operações. Quem não se adaptar agora enfrentará custos maiores e perderá competitividade para grandes empresas já preparadas.

Roberto de Lázari, diretor da consultoria tributária All Tax, classifica a reforma como uma redistribuição das "placas tectônicas" da economia — uma mudança profunda que altera vantagens competitivas entre setores.

O agronegócio será duramente atingido. Produtores que compram de fornecedores sem nota fiscal verão suas margens de lucro encolherem pela exigência de rastreamento fiscal completo e pela dificuldade de gerenciar créditos tributários – descontos de impostos já pagos em etapas anteriores – em cadeias produtivas longas.

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"A inteligência fiscal deixará de ser acessória para virar questão de sobrevivência", afirma Lázari, destacando que isso exigirá investimentos significativos em tecnologia e pessoas.

Riscos imediatos: insumos mais caros e impostos políticos

Especialistas alertam: quem não se organizar rapidamente pagará mais impostos. Os principais riscos são:

Insumos mais caros: Fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas perderão isenções fiscais, passando de tributação zero para alíquotas efetivas entre 10% e 11%. Essa mudança pressiona margens de lucro já apertadas no setor.

Imposto Seletivo como risco político. Teoricamente desenhado para desestimular produtos nocivos, o IS – também chamado de "imposto do pecado" – pode ser usado para sobretaxar insumos agrícolas sob justificativas ambientais subjetivas, frequentemente baseadas em teses acadêmicas desconectadas da realidade do campo.

"Não existe uma receita de bolo e certamente haverá perdedores", afirma Bianca Xavier, tributarista e professora da FGV Direito Rio.

Pequenos produtores podem estar entre os mais afetados. A indefinição sobre o "crédito presumido" — mecanismo que compensa a ausência de tributação na origem — representa o maior risco para esse grupo.

FONTE/CRÉDITOS: Gazeta do Povo
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