O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) protocolou nessa terça-feira (19), na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, um pedido de rescisão do acordo de delação premiada realizado com o advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, colaborador da primeira fase da ‘Operação Ventríloquo’. A operação investigou um esquema que desviou R$ 9,4 milhões dos cofres públicos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
De acordo com o Gaeco, Mielli teria omitido fatos ilícitos propositadamente com a finalidade de proteger o deputado Romoaldo Júnior (PMDB).
Segundo Ministério Público Estadual (MPE), ao formalizar o acordo de colaboração premiada, Mielli estava ciente de que uma vez comprovado que ele mentisse em relação aos fatos em apuração, o acordo perderia o efeito e seria rescindido para todos os efeitos.
Segundo os promotores do Gaeco, a partir de conversas ambientais gravadas pelo também advogado Julio César Domingues Rodrigues com Romoaldo e Joaquim, ficou comprovado o envolvimento do parlamentar no esquema criminoso.
Ainda conforme o Gaeco, teve-se a certeza de que o advogado Joaquim tinha conhecimento dessas informações e da participação do deputado nos crimes investigados e as sonegou quando ouvido pelo Ministério Público.
Com a rescisão do acordo, o Gaeco requereu o cancelamento de todos os benefícios propostos inicialmente ao advogado Joaquim e oferecerá denúncia pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato.
A operação Ventríloquo visou desmantelar uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e que teria desviado milhões de reais dos cofres públicos.
Segundo o Gaeco, entre os anos de 2013 e 2014 os investigados junto com parlamentares estaduais constituíram uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas com um único objetivo: saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Na época os promotores concluíram que entre os meses de fevereiro à abril de 2014 os denunciados subtraíram cerca de R$ 9,5 milhões em proveito próprio e alheio valendo-se da condição de funcionários públicos de alguns de seus membros.