Com 2 mil pacientes espera de 1 rim, MT volta a ser credenciado para transplantes

 



NOTÍCIAS / MATO GROSSO

Com 2 mil pacientes espera de 1 rim, MT volta a ser credenciado para transplantes

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15.09.2018 Ás 15:39

  Foto divulgao

Dados oficiais do Estado indicam que Mato Grosso possui quase 2 mil pacientes que precisam de um aparelho de hemodiálise para sobreviver. O número é contestado pela Associação dos Pacientes Renais e Transplantados de MT. A entidade acredita que já são 2,5  mil pacientes nesta situação.

 

Para estes pacientes surge uma esperança. Em 3 de setembro, foi publicado no Diário Oficial da União o credenciamento do Hospital Santa Rosa e de uma equipe médica formada por 3 urologista e 2 nefrologistas para a retirada e o transplante de rins no Estado. O credenciamento é feito pelo Ministério da Saúde para a unidade atender pelo SUS. Retomando um serviço que foi interrompido há quase 15 anos.

 

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Fabiana Regina de Souza Molina, explica que nem todos os pacientes renais tem indicação para o transplante, e que está sendo realizada uma triagem para definir quais são indicados. Não há uma fila, pois a prioridade é para quem tem compatibilidade com o doador. “O transplante não é a cura para esses pacientes, eles terão acompanhamento médico para o resto da vida. A vantagem é que agora poderão fazer isso dentro de casa”.

 

Isso porque pacientes que têm indicação para os transplantes precisavam se deslocar a outros estados como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, por meio do Programa Tratamento Fora Domicílio (TFD). “Eles receberão benefícios social e econômico com o serviço em Mato Grosso. Permanecem no seio familiar, perto de amigos, com carinho e cuidados dos conhecidos auxilia até na recuperação do paciente”. 

 

Ainda não há uma data para começar a ser feita as cirurgias, mas a coordenadora acredita que deve ocorrer ainda este ano.

 

O urologista Pedro Pulcherio, que realizou o primeiro transplante de rim em Mato Grosso, em 1993, e depois participou da equipe que realizava os procedimentos entre 1998 e 2004, cerca de 180 na época, comemora a notícia. “Esses pacientes só tinham uma opção fazer diálise. Agora eles podem ter um segundo caminho que é o transplante”.

 

O médico diz que a técnica para retirada de rins do doador e transplante no receptor não teve muitas alterações nessa década e meia, mas as medicações que combatem a rejeição do órgão transplantado evoluiu muito. Para ele, a parte mais difícil será encontrar doadores. “Estamos capacitando os profissionais de todas as unidades de saúde para abordar a família, saber como tratar do assunto”.

 

Carlos Antonio Pereira, 54, além de presidente da Associação dos Pacientes Renais e Transplantados de MT, para continuar vivo realiza hemodiálise dia sim dia não por 17 anos, quando descobriu o problema. Ele tem indicação para transplante, mas até agora não surgiu um doador compatível. “Com a retomada do serviço ficamos com mais esperança”, diz. “Hoje vivemos uma prisão condicional, não podemos viajar sem autorização, temos que ir no dia certo do procedimento, não podemos trabalhar”, relembra. “Com o transplante teremos alguma liberdade”, acredita.”A promessa é antiga, já deve ter uns 3 anos que falam dessa retomada, mas a esperança não pode morrer”.

 

Por Alcione dos Anjos











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