Foto divulgaoO governador Pedro Taques (PSDB) voltou se reunir nesta segunda-feira com a equipe técnica da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em Brasília, na tentativa de reduzir os prejuízos causados pela renegociação da dívida pública do Estado feita pela gestão Silval Barbosa (MDB). No encontro, o governador conseguiu anuência da STN para que o Governo de Mato Grosso possa usar uma cláusula contratual que permite realizar o pagamento de empréstimo junto ao Bank of America até 30 dias após o vencimento da segunda parcela anual, que vencerá no dia 10 de setembro.
Com o novo prazo, o governo poderá economizar, programando o pagamento no dia em que o dólar estiver mais barato. “Nossas entregas existem porque atuamos para melhorar a gestão pública. Dedicamos muito tempo a correr atrás de formas de diminuir os prejuízos causados a Mato Grosso com ações incompetentes. Isso faz parte do compromisso que assumi quando fui eleito. São assuntos internos que parecem irrelevantes para alguns, mas que impactam diretamente nas nossas finanças. Imagina, no caso da dívida dolarizada, duas vezes por ano ter que pagar uma conta que vai variar de acordo com a cotação do dólar”, explicou Pedro Taques.
Com o contrato da renegociação das dívidas de Mato Grosso firmado para pagamento em moeda norte-americana, em 2012, e sem mecanismo de contenção para a majoração, o valor das parcelas fica vinculado à data de pagamento. Com isso, o Governo Silval trocou um contrato de dívida interna com a União por um contrato externo em dólar com o banco internacional.
A medida já levou o Estado a pagar, até o momento, R$ 200 milhões a mais de juros. Para se ter uma ideia, o novo Pronto Socorro de Cuiabá custará R$ 130 milhões, contando obra física e equipamentos.
Ou seja, só de juros nesta conta o Estado teria recursos para entregar mais um hospital. Em março deste ano, por exemplo, o pagamento da primeira parcela do Bank of America foi de R$ 117,877 milhões, com o dólar cotado a R$ 3,2460. Se a parcela fosse paga nesta segunda-feira, por exemplo, a quantia chegaria a R$ 152,275 milhões, já que o dólar fechou o dia em R$ 4,1273, um aumento de 27% sobre a cotação de março. “Não há nada que substitua a boa gestão, a seriedade com que estamos governando Mato Grosso. Demagogia não faz dinheiro entrar na conta do Estado. O que tem ajudado o Estado a seguir em frente são as medidas que adotamos desde 2015, que inclui um conjunto adequado de políticas econômicas e sociais. É por isso que estou seguro e otimista com o nosso futuro”, afirmou Taques.
Os resultados da negociação feita em 2012 já foram tema de debate no Tribunal de Contas do Estado (TCE). “A tão comemorada transação mostrou-se um péssimo negócio para o Estado, resultado de uma irresponsabilidade imensa, de falta de planejamento, de improvisação, de negligência, por parte de todos que participaram ou se omitiram durante a negociação e concretização do acordo”, avaliou o conselheiro interino e vice-presidente do TCE. Luis Henrique Lima, durante o julgamento das contas do Governo de Mato Grosso de 2017.
.png)
