MT ter 1 usina de etanol de milho

 



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MT ter 1 usina de etanol de milho

Agência Estado

08 de de 2017 as 09:38

 

A chamada safrinha cresceu, foi batendo recordes, tornou-se uma supersafra que, pela primeira vez, beirou os 100 milhões de toneladas de milho. São tantos grãos que, quando se anda pelas principais regiões produtoras do Mato Grosso, é difícil não encontrá-los armazenados ao ar livre ou em silo bags - sacos feitos de um plástico especial - com até 90 metros de comprimento, nos quais o cereal pode ficar guardado por até um ano.

O cenário não é novo, mas em Lucas do Rio Verde, localizado a 360 quilômetros ao norte da capital Cuiabá (MT), ele começa a mudar. Seis quilômetros depois da Preciosa, a estátua de uma galinha de 10 metros de altura, no trevo da rodovia MT-449 com a Avenida da Fé, deverá ser inaugurada esta semana a primeira usina de etanol feito exclusivamente de milho do Brasil, a FS Bioenergia. Até então, o etanol de milho produzido no País saía de usinas flex, que fabricam tanto etanol de cana, quanto do grão. 

Mato Grosso é o maior produtor de grãos do país, e além de liderar sozinho a oferta nacional de soja e algodão, produz a maior safra de milho, toda ela em segundo ciclo, a chamada ‘safrinha’. É na região norte do Estado, onde se concentram as grandes lavouras brasileiras do cereal. Municípios como Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sinop, se unem a Sorriso, cidade que detém sozinha, a maior área destinada à soja e milho do planeta, sendo apenas à soja, cerca de 600 mil hectares por safra. 

A fábrica da FS é apenas a primeira, do que promete se tornar uma alternativa importante para o beneficiamento e o escoamento de safras que tendem a ficar maiores. "Para nós, é ótimo", diz Elso Pozzobon, 62 anos de idade, produtor e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT). "Ainda temos potencial de produzir muito mais milho na região, sobretudo com o ganho de produtividade trazido pela integração de culturas." 

Joint venture entre a brasileira Fiagril e a gestora norte-americana Summit Agricultural Group, a FS Bioenergia recebeu investimentos de R$ 450 milhões para ser erguida. Prevista para ser inaugurada na próxima sexta-feira, ela produzirá 180 mil toneladas de farelo, 6 mil toneladas de óleo de milho e energia. Além, é claro, do etanol. Inicialmente serão 240 milhões de litros por ano, que consumirão 600 mil toneladas de milho. Essa capacidade pode ser duplicada. 

Pouco, para as quase 30 milhões de toneladas produzidas apenas no Mato Grosso. Mas é expectativa é que ela não seja a única da FS Bioenergia - e muito provavelmente, nem de outros investidores interessados nesse tipo de combustível. Além da usina em Lucas do Rio Verde, a FS estaria planejando mais duas unidades, sendo que uma delas uma ficaria em Sinop (MT), de acordo com os produtores da região. 

Os próprios agricultores também estão começando a estudar a possibilidade de se organizar para beneficiar o milho. "Temos discutido a viabilidade de investir numa usina, em nossa cooperativa", afirma Pozzobon. 

AINDA MAIOR - Uma boa notícia para os produtores, já que a supersafra de 100 milhões deverá parecer pequena, no médio prazo. "Entre seis a oito anos, a expectativa é que a produção chegue a 200 milhões de toneladas", diz Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro. "O preço na origem vai continuar baixo, criando uma grande oportunidade para o beneficiamento." 

Nas projeções da Datagro, a produção de etanol de milho, que na safra de 2015/2016 foi de 141 milhões de litros, chegará a 750 milhões de litros na colheita de 2018/2019. Pouquíssimo, quando comparado aos 24,7 bilhões de litros de etanol de cana de açúcar que devem ser produzidos na safra de 2017/2018, segundo a Única, entidade que representa os produtores. Mas a tendência é de alta 

"Tudo o que puder ser transformado em produto acabado será uma boa saída", diz Carlos Simon, 54 anos, produtor e presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde. "A produção tem crescido tanto que o preço só tem melhorado graças aos leilões do governo". 

Exatamente por isso, os agricultores têm trabalhado para diminuir a produção no curto prazo. Segundo Pozzobon, a ideia é incentivar os produtores a usar apenas as melhores áreas de suas propriedades e deixar sem cultivo as partes dos terrenos que precisam de mais investimento em adubação e correção de solo 

Quando as usinas de etanol de milho tornarem-se uma realidade, porém, ele poderão se beneficiar de ainda mais uma vantagem. Como na FS, elas também poderão produzir o DDGS, sigla em inglês para grãos secos por destilação. Com alto teor de proteína, esse subproduto beneficiado do grão é usado para ração animal e tende a criar uma oportunidade de diversificação. (Colaborou Marianna Peres) 











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