Cenrio de guerra no Pronto Socorro

 



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Cenrio de guerra no Pronto Socorro

ALINE ALMEIDA

12 de Fevereiro de 2018 as 08:03

 

Centenas de pacientes nos corredores, falta de insumos e até medicamentos. Esse é o cenário descrito por funcionários do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá. Quase três meses após o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) determinar medidas para conter a superlotação da unidade de saúde, a situação continua caótica, segundo os profissionais. O problema teria agravado ainda mais depois que os filantrópicos deixaram de receber novos pacientes devido a falta de repasses do Governo. 

Os profissionais e pacientes que aceitaram descrever a situação do pronto socorro, não se identificaram temendo represálias. Um dos médicos afirma que já viu muitas crises durante quase uma década que trabalha na unidade, mas nada como a que estão enfrentando. O profissional confirma que a unidade que é referência em várias especialidades, principalmente em urgência e emergência vem se definhando e não consegue dar vazão à demanda crescente de pacientes vindo de todos os cantos do Estado devido à falência dos hospitais do interior. 

Uma técnica de enfermagem confirma que a sala vermelha já não cabe mais pacientes e muitos estão nos corredores a espera de vagas em Unidades de Terapia Intensiva. “É um cenário de guerra total. As pessoas um amontoando em condições subumanas. Só quem está aqui dentro conhece a realidade. Nós profissionais que acabamos fazendo a linha de frente com pacientes muitas vezes corremos até risco. Afinal, os pacientes querem atendimento digno, mas não entendem que a gente não pode fazer nada”, afirma. 

Os profissionais afirmam que muitos insumos e medicamentos estão em falta na unidade. Um exemplo é a falta de filtro no circuito de ventilação. O material que custa em torno de R$ 10 a R$ 15 é usado quando um paciente é submetido a anestesia geral. A não utilização aumenta a incidência de pneumonia associada à ventilação. Muitos medicamentos também ficam em falta, sendo necessária a substituição do mesmo por outro para que o paciente não deixe de ser medicado. Os profissionais também elencam que equipes de especialidades que são contratadas estão sem receber desde outubro. 

“É muito triste essa situação. Estamos lidando com vidas. As pessoas recorrem ao pronto socorro porque precisam, porque lutam pela vida. Para nós profissionais dá uma sensação de impotência”, diz o funcionário. 

B.A.S confirma que o tio está há três semanas na unidade de saúde a espera de cirurgia. “Tem pessoas que estão há mais de meses aqui. A gente que está aqui dentro sofre demais. As pessoas ficam amontoadas esperando a boa vontade para ser atendido. Nem bicho merece passar por isso”, afirma. 

Superlotação – Em novembro o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou diversas medidas para conter a superlotação do Pronto Socorro de Cuiabá. Um comitê foi criado para chegar a solução. No decreto assinado pelo prefeito ele determinava inclusive que a central de regulação providenciasse o retorno dos pacientes do interior para os municípios de origem. 











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