O deputado federal, e principal liderança política do PMDB de Mato Grosso, Carlos Bezerra, afirmou ser possível uma “dobradinha” entre a sigla e o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B) nas eleições de 2018. Ele disse que as “forças populares” das agremiações “sempre estiveram próximas” no Estado.
As declarações foram dadas a jornalistas nos corredores da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), em Cuiabá, que realizou uma Assembleia Geral na última sexta-feira (10) com 80 prefeitos de municípios do Estado. “As forças populares do PMDB, PC do B e PT sempre estiveram próximos. Poderemos ter dobradinha sim”, disse o cacique.
Carlos Bezerra citou, inclusive, nomes que poderiam estar no palanque do PMDB ao lado de outras lideranças partidárias que fazem oposição ao governador Pedro Taques (PSDB). Ele destacou que Maria Lúcia Cavalli Neder – ex-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) entre os anos de 2012 e 2016, filiada ao PC do B -, e Lúdio Cabral, candidato do PT ao governo do Estado em 2014.
“Eles tem bons nomes, PC do B tem, PT tem... O PC do B tem um grande nome que é o da ex-reitora da universidade federal aqui. O PT tem também o nome de Lúdio Cabral que perdeu a eleição e todo mundo sabe como perdeu. É muito viável”, disse Carlos Bezerra, insinuando sobre os grampos ilegais ao advogado da campanha, José do Patrocínio.
O deputado federal citou até mesmo políticos fora do arco PMDB, PT e PC e do B, como o presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Antônio Joaquim e o ex-senador Antero de Barros. O conselheiro está em conversas avançadas com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e pretende ser candidato ao Governo do Estado nas próximas eleições.
“Acho que esses nomes todos que eu falei aqui, além do Antônio Joaquim, o nome da ex-reitora, o nome do Lúdio Cabral, e o nome do próprio Antero [Paes de Barros]. Também o Antero perdeu uma eleição mas todo mundo sabe como ele perdeu”, disse Bezerra.
As alianças regionais dos partidos podem destoar da orientação do diretórios nacionais das siglas. O PMDB, um dos principais atores responsáveis pela queda da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), hoje está no comando do Brasil por meio do presidente Michel Temer. PT e PC do B fazem oposição ferrenha no Congresso Nacional aos antigos aliados, inclusive chamando-os de golpistas.
Porém, em alguns Estados, como é o caso de Mato Grosso, a aliança entre as duas siglas é considerada possível. Principal voz da oposição ao governo do Estado na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Janaína Riva (PMDB) tem como aliados os deputados Allan Kardec e Valdir Barranco (ambos PT), além de Zeca Viana (PDT).