Dono de cervejaria se oferece para pagar advogado de renome para Silval

 



NOTÍCIAS / TROCA DE FAVORES

Dono de cervejaria se oferece para pagar advogado de renome para Silval

DIEGO FREDERICI

30 de Outubro de 2017 as 10:14

 

O presidente do Grupo Petrópolis – fabricante da cerveja Itaipava -, chegou a “ofertar” ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) a assessoria jurídica de um “advogado de renome” para defendê-lo numa ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MP-MT) contra ele referente a concessão de incentivos fiscais ao Grupo JBS. A informação consta no depoimento realizado no âmbito do acordo de colaboração premiada do ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, com a Procuradoria Geral da República (PGR).

Segundo Nadaf, o proprietário da cervejaria teria oferecido a ‘gentileza’ por conta da amizade com Silval. Os fatos teriam ocorrido em 2011, porém, ele não soube dizer o nome do advogado "oferecido".

“Tamanha era a amizade de Silval Barbosa com o proprietário do Grupo Cervejaria Petrópolis, que o empresário chegou a ofertar a Silval Barbosa a assessoria jurídica de um advogado de renome, cujo nome não sabe dizer, para defender o ex-governador na ação de improbidade movida pelo Ministério Público em seu desfavor referente a concessão de incentivos fiscais do Prodeic para o Grupo J.B.S.”, diz o depoimento.

A alegada “amizade” entre Silval e o empresário pode ser explicada pelas ‘relações financeiras’ que ambos mantinham e que também são descritas, em parte, por Pedro Nadaf. Ele disse que a Cervejaria Petrópolis “havia pago todo o marketing” da campanha a reeleição do ex-governador em 2010. O ex-chefe da Casa Civil disse que em torno de R$ 2,5 milhões teriam sido gastos.

Em razão da ‘parceria’, Silval determinou que a empresa recebesse incentivos fiscais para beneficiamento de soja no Estado do Paraná – e não em Mato Grosso -, como seria de praxe. Além disso, o ex-governador também teria recebido R$ 500 mil do advogado da Cervejaria Petrópolis, Oto Medeiros de Azevedo Júnior.

O dinheiro teria sido utilizado para pagar parte de uma dívida com o ex-secretário de Estado de Fazenda (Sefaz-MT), Eder de Moraes, para que se “retratasse” de um depoimento no MP-MT e que denunciava esquemas de corrupção das gestões Silval e Maggi. “Silval Barbosa lhe confidenciou que teria que passar na casa do advogado Oto Medeiros De Azevedo Junior, advogado da Cervejaria Petrópolis, eis que segundo Silval ele iria pegar R$ 500.000,00 para saldar uma parcela de uma dívida que o ex-governador tinha com Éder De Moraes, acreditando o colaborador que essa dívida se tratava de um acordo que Silval Barbosa tinha feito com Eder para que este se retratasse dos depoimentos que Eder havia prestado perante o Ministério Público onde denunciava várias autoridades do governo Silval Barbosa e Blairo em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro”, diz trecho da delação.

Já o MP-MT investiga a concessão de incentivos fiscais a JBS no ano de 2011, que deveria recolher R$ 74 milhões aos cofres públicos mato-grossenses, mas que após ser “agraciada” com o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), teve a dívida “perdoada”. Porém, há a suspeita da organização ter repassado R$ 30 milhões a título de propina para o grupo do ex-governador para conseguir o benefício.

Por conta desta investigação, Silval, Nadaf, os ex-secretários de Fazenda, Marcel de Cursi e Edmilson José dos Santos, além de um diretor da JBS tiveram as contas bloqueadas pela Justiça.










DEIXE SEU COMENTÁRIO



SE LIGUE NA BAND FM! 98,1



Copyright © 2021 .   CENTER NEWS    Todos os direitos reservados.