Mato Grosso ocupa o 2º lugar no desmatamento da Amazônia

 



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Mato Grosso ocupa o 2º lugar no desmatamento da Amazônia

Diário de Cuiabá

08 de de 2020 as 09:46

 

Em um ano, entre agosto de 2019 e julho deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 34,5%.

No período, a derrubada da floresta amazônica somou 9.205 quilômetros quadrados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados na sexta-feira (7).

Nesses 12 meses, Mato Grosso desmatou 1.890 km2, o que o coloca na segunda posição do ranking de devastação na região.

No mesmo período do ano passado, em agosto de 2018 e julho de 2019, foram derrubados 6.844 km² na Amazônia.

Pelo levantamento deste ano, a área destruída é seis vezes maior do que a cidade de São Paulo.

Os dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que monitora a região por meio de imagem de satélites.

Este é o pior resultado nos últimos cinco anos e está muito acima da meta climática traçada pelo país para 2020.

O Estado que mais desmatou nestes 12 meses foi o Pará, com 3.910 km², seguido de Mato Groso, com 1.880 km².

Em terceiro, está Rondônia com 1.268 km², e em quarto lugar ficou com o Amazonas (1242 km²).

Contudo, se comparados apenas os dados dos meses de julho de 2020 e 2019, houve queda neste mês do ano.

Agora, em 2020, os dados apontam 1.654 km² de áreas com alertas de desmate.

No ano passado, o total foi de 2,2 mil km². orém, mesmo com redução, os dados de julho apresentam uma elevada destruição no bioma, mais de 1.500 km² devastados em 30 dias.

GOVERNO BOLSONARO - De acordo com a agência Folhapress, com os dados de julho, é possível fazer o primeiro recorte anual de um período com gestão exclusiva do Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), considerando que o dado do ano anterior, em parte, dizia respeito ao fim do Governo Michel Temer (MDB).

O crescimento ininterrupto da destruição, que teve início já nos primeiros meses do Governo Bolsonaro e da gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, não teve recuo, mesmo com a propagandeada presença do Exército na Amazônia, com a operação “Verde Brasil 2”, desde maio.

Em 2019, o decreto que criou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é de agosto, já no pico das queimadas.

Além disso, o Brasil tem sofrido forte pressão internacional, inclusive com ameaças e concretizações de fuga de investimentos, para demonstrar comprometimento em relação à destruição da natureza.

Apesar disso, conforme a Folhapress, Governo Bolsonaro, até o momento, permanece sem apresentar ações concretas que ajudem na diminuição da destruição da Amazônia.

Ao mesmo tempo, o presidente e membros do seu governo insistem no discurso de que estrangeiros já destruíram suas florestas para se desenvolver e que o Brasil permanece sendo um exemplo ambiental, mesmo com o acentuado aumento da destruição amazônica.

Nesse contexto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, costuma reivindicar dinheiro internacional para ajudar na preservação.

Ações de Salles e de Bolsonaro, contudo, levaram à paralisação do bilionário Fundo Amazônia, que, a partir de doações da Noruega e da Alemanha, irrigava financeiramente projetos de proteção à floresta, auxiliando em medidas de combate a incêndios e regularização fundiária.

TOLERÂNCIA ZERO – Nesta semana, a secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, reafirmou que Mato Grosso adotou “A tolerância é zero com o desmatamento ilegal”.

A declaração foi feita ao jornal Valor Econômico. Segundo Lazzaretti, o Estado também largou na frente na análise e na validação dos CAR, outro diferencial no combate ao desmatamento ilegal.

Cerca de 30% dos 91 mil registros no sistema estadual, que filtrou e solucionou milhares de sobreposições de áreas, já foram analisados.

Também investiu R$ 6 milhões, em 2019, na plataforma de monitoramento em tempo real do desmatamento, o Satélite Planet, que emite alertas visuais diários e envia relatórios semanais por email de supressão da vegetação a partir de 1 hectare, que são cruzados com dados do Governo.

“Só neste ano, 255 mil hectares foram embargados em Mato Grosso. São mais de 2,2 mil autuações e R$ 2,1 bilhões em multas aplicadas”, informou.

A garantia é de que o “maior rigor” já inibiu a ação ilegal. Em que pese a área desmatada ainda registre crescimento, porém ocorre em um ritmo muito menor que em outros estados da Amazônia Legal.

“Enquanto no Pará houve avanço de 84% entre as safras 2018/19 e 2019/20, o aumento em Mato Grosso foi de 10% - menor índice da Amazônia Legal, que na média foi de 43%. Ainda não é o esperado", relatou a secretária, com base em dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

 











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