Na representação, a ONG pede a abertura de procedimentos investigatórios contra os três prefeitos: Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá; Luciane Bezerra (PSB), de Juara, a 690 km da capital; e Thelma de Oliveira (PSDB), de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. À época, Emanuel e Luciane eram deputados estaduais e Thelma, deputada federal. Todos eles negam as irregularidades.

O diretor da ONG, Gilmar Brunetto, afirmou que espera que a PGJ atenda à representação. "Queremos que eles sejam investigados, que toda a história seja apurada. A representação relata o mercado da politicagem do estado. Os recursos financeiros da população deveriam ser investidos em programas sociais e incentivos fiscais, mas são desviados em malas para aliados", afirmou.

A ONG Moral já havia protocolado outra representação no Ministério Público Estadual (MPE) no dia 30 de agosto, onde pediam o afastamento e a punição dos deputados e ex-deputados citados na delação de Silval Barbosa.

Por meio de assessoria, o MPE informou que já solicitou à Procuradoria Geral da República o compartilhamento de provas apresentadas pelo ex-governador na delação, mas ainda não obteve resposta e não pode tomar nenhuma medida sobre o caso até ocorra o "fatiamento" da investigação.

Na delação, Silval diz que Thelma de Oliveira pediu propina de R$ 1 milhão para liberar uma emendas parlamentares para o município que hoje administra. À reportagem, ela negou as acusações.

Já Emanuel Pinheiro e Luciane Bezerra aparecem em vídeos gravados pelo delator Sílvio Cézar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, recebendo maços de dinheiro. O dinheiro, segundo o ex-governador, seria de propina e foi entregue quando ambos eram deputados estaduais.

Emanuel Pinheiro negou ter cometido qualquer ato ilícito e disse que as imagens foram divulgadas fora de contexto. "Não cometi nenhum ilícito e as coisas serão esclarecidas. A verdade vai aparecer e nós vamos, dentro dos autos, mostrar toda a contundência da nossa linha de defesa", disse.

Já Luciane Bezerra afirmou, por meio do marido dela, o deputado estadual Oscar Bezerra, que teria recebido dinheiro para quitar dívidas de campanha eleitoral.