O que eu posso afirmar com toda tranquilidade é que não cometi nenhum ilícito”. Com essas palavras, o prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB) resumiu a cena em que aparece recebendo dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sìlvio César Correa Araújo, no Palácio Paiaguás.
O gestor não tinha se posicionado desde que imagens foram divulgadas na mídia. Na manhã deste sábado, ele visitou obras no bairro Doutor Fábio e comentou sobre o assunto.
Questionados pelos jornalistas, Pinheiro afirmou não ter cometido nenhum ato ilícito e que somente nos autos irá mostrar a sua linha de defesa. “As coisas vão ser esclarecidas e a verdade vai aparecer. Dentro dos autos vou mostrar com toda a contundência a nossa linha de defesa”, disse.
Ele apenas falou que as imagens não tem relação alguma com as declarações de Silval Barbosa e de Sílvio Correa, de que Emanuel, enquanto deputado estadual, recebia “mensalinho” para não fiscalizar e aprovar as mensagens do executivo que chegavam a Assembleia Legislativa. “A imagem está fora de contexto e é isso que vamos mostrar na nossa linha de defesa. Sou advogado e há uma orientação jurídica para a gente falar só no momento certo”.
Emanuel colocou também que os fatos não são contemporâneos e está sendo vítima por ocupar um cargo de maior relevância. “São situações de quando eu era deputado e aconteceu há quatro ou cinco anos atrás. Quiseram se prevalecer pelo fato de eu ser o atual prefeito de Cuiabá”.
O prefeito também afirmou que a denúncia feita pelo ex-governador foi construída para jogá-lo em uma situação em que não está metido e que a sociedade terá a sua explicação. “Esta denúncia vai ser desconstruída. Ela foi construída com o intuito de me jogar em uma situação em que eu não tenho nada a ver com isso e vai ser provado”, pontou.
SUPLEMENTAÇÃO
Emanuel Pinheiro também negou a acusação de tenha suplementado em R$ 6,7 milhões o orçamento da Câmara de Cuiabá por conta da rejeição por parte da maioria dos vereadores em criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que iria investiga-lo. O decreto concedendo o crédito ao legislativo foi suspenso pela justiça.
Pinheiro afirmou que o ato foi técnico e legal. Ele disse ainda que o assunto vinha sendo discutido com o legislativo desde maio, mas que só decidiu atender o pleito da Câmara no 2º semestre porque este é o primeiro ano de gestão. “A suplementação é técnica e legal, mas entendo que ordem judicial não se discute, se cumpre. Por isso vamos esclarecer nesta próxima semana ao Tribunal de Contas, a Justiça e ao Ministério Público de contas de que o suplemento não teve vinculação com a questão da CPI”.