O senador José Medeiros está de malas prontas para ir para o Podemos (antigo PTN) e deverá disputar um cargo majoritário em 2018. De acordo com o próprio senador, a mudança partidária deverá ocorrer nas próximas semanas.
“Recebi o convite do Podemos e devemos definir até o início da semana que vem. Eu preciso de uma sigla para disputar um cargo majoritário em 2018, como a minha reeleição. Mas está tudo certo com o Podemos, só preciso comunicar e conversar com o meu grupo político”, revelou.
Medeiros, que também é vice-líder do governo Michel Temer (PMDB) no Senado Federal, disse que o convite partiu dos senadores Álvaro Dias e Romário. “Eles me procuraram e oficializaram o convite. Eles precisam de alguem para comandar o partido no Estado e de alguém no estado para fazer o palanque do Álvaro Dias para presidente”, disse.
A mudança ocorre porque o senador mato-grossense não vem tendo espaço no PSD para disputar um cargo majoritário em 2018.
“Eu estou buscando construir um projeto para disputar a reeleição. Um projeto de grupo e que possa ajudar o Estado. Eu vim para o PSD para isso. Mas existem fatores que pode barrar esse projeto. E o Podemos tem uma proposta boa para o País, uma construção diferente e por isso estamos finalizando a conversa”, explicou. “Estou 85% já dentro do Podemos”, brincou.
Durante as conversas com Medeiros, o Podemos propôs que ele disputasse o governo do Estado no ano que vem. Porém, Medeiros deverá disputar mesmo o senado, já que surgiu politicamente dentro do grupo do governador Pedro Taques (PSDB).
José Medeiros já vem reclamando há algum tempo da cúpula do PSD, que vem ignorando o seu projeto eleitoral para 2018. Nos bastidores, o PSD diz que a única candidatura majoritária do partido será a do vice-governador Carlos Fávaro (PSD), tanto para seguir como vice-governador ou para o Senado.
Por outro lado, o presidente estadual do PSD e vice-governador do Estado, Carlos Fávaro, negou qualquer tipo de boicote contra Medeiros e vem tentando convencê-lo a permanecer no PSD.
Outro nome que vem organizando o Podemos no Estado é do ex-senador Antero Paes de Barros, que foi convidado oficialmente pelo senador Álvaro Dias para voltar à vida política partidária já em 2018 e que vem articulando novos filiados no Estado.
O atual presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim pode ser outro reforço da legenda, já que o conselheiro já comunicou que aposenta no fim do ano para disputar um cargo majoritário em 2018.
O Podemos defende o modelo liberal para a gestão econômica e prega o enxugamento da máquina estatal. Um dos exemplos é a adoção do modelo das Participações Público-Privadas (PPPs), mecanismo de gestão que concede aos empresários a exploração de vários segmentos dos serviços públicos. As bandeiras mais genéricas do Podemos são Democracia Direta, Transparência e mais Participação.
ESPANHA - O novo nome do PTN é inspirado no partido espanhol "Podemos". De esquerda e fundado em 2014, o Podemos espanhol tem como secretário-geral o eurodeputado Pablo Iglesias Turrión, analista político e ex-professor interino de Ciência Política.
O partido participou das eleições europeias de 2014, quatro meses depois da sua formação e obteve cinco cadeiras (de um total de 54), com 7,98% dos votos, sendo a quarta candidatura mais votada em toda a Espanha.
Em menos de uma semana tornou-se o partido político espanhol mais seguido nas redes sociais, superando os partidos tradicionais, notadamente PP (de direita) e PSOE (de centro-esquerda), surpreendendo o establishment político espanhol.