A juíza da 7 Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, revogou no final da tarde de ontem a prisão preventiva do empresário e ao mesmo tempo servidor da Faespe (Fundação de Apoio ao Ensino Superior), Halan Gonçalves de Freitas. Ele estava preso desde o dia 20 de junho durante a primeira fase da "Operação Convescote" sob a suspeita de participação num esquema que teria desviado milhões através de "consultorias fictícias" da entidade ligada a Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) para vários orgãos públicos, dentre eles Tribunal de Contas e Assembleia Legislativa.
Considerado um dos principais operadores do esquema, Halan chegou a ser flagrado por várias vezes pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) fazendo transações financeira e saques em dinheiro vivo na agência do Sicoob que funciona dentro do Tribunal de Contas. Ele é funcionário da Faespe e, ao mesmo tempo, proprietário da empresa de fachada HG de Freitas ME.
Entre junho de 2015 e 2016, a empresa de Hallan movimentou R$ 1,514 milhão através de 113 movimentações. Apesar do grande volume financeiro, a empresa do alvo não detém nenhum funcionário registrado em seu quadro.
O Gaeco flagrou em 28 de junho de 2016 um encontro entre Hallan e José Antônio Sasiotto. Os dois ficaram cerca de 10 minutos dentro de um Corolla estacionado dentro do TCE. Eles chegaram a conversar com o veículo em movimento pelas ruas do Centro Político e Administrativo.
Já no dia 04 de agosto de 2016, os agentes do Gaeco flagraram Hallan fazendo um saque na “boca do caixa” da agência do Sicoob. “O saque foi realizado por volta das 11h57min., onde foi possível conferir o investigado Hallan recebendo um invólucro possivelmente dinheiro da caixa e guardando em sua mochila. Ainda, foi possível ouvir a atendente dizendo ainda tem um saldo de R$ 19 mil e completa finalizando a orientação para o investigado, utilizar a física. O investigado, concorda com a orientação da atendente e confirma que sim e em seguida saiu da agência”, diz o relatório da investigação.
Após deixar o banco, Hallan se encontrou com Claúdio Roberto Borges num corredor nos fundos do TCE onde o dinheiro sacado foi provavelmente repassado. No dia 09 de agosto de 2016, Hallan esteve novamente na sede do Siccob no TCE.
O Gaeco também acompanhou encontros de Alan com o ex-secretário exceutivo do TCE, Marcos José da Silva, após deixar o banco. No dia 16, ele foi ao banco. Ao deixar o local, ele se deslocou para a sala de Marcos no TCE ficando por cerca de 30 minutos no local.
DELAÇÃO
Informações obtidas pelo FOLHAMAX apontam que Hallan fez um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual, já que o orgão emitiu parecer a sua soltura após quase três meses no Centro de Custódia de Cuiabá. Ele teria citado entregado aos promotores e delegados detalhes do esquema milionário entregando deputados estaduais e servidores do TCE, Assembleia, prefeituras e outros orgãos.
Até agora, 22 pessoas foram denunciadas nas duas fases da "Operação Convescote" pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de capitais, falsidade ideológica.São eles: laúdio Roberto Borges Sassioto, Marcos Moreno Miranda, Luiz Benvenuti Castelo Branco de Oliveira, José Carias da Silva Neto ,Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, João Paulo Silva Queiroz, Jose Antonio Pita Sassioto ,Hallan Gonçalves de Freitas, Marcos José da Silva, Jocilene Rodrigues de Assunção, Marcos Antonio de Souza, Elizabeth Aparecida Ugolini, Marcos José da Silva, Jocilene Rodrigues de Assunção, Lázaro Romualdo Gonçalves de Amorim, Alison Luis Bernardi,Nerci Adriano Denardi, Márcio José da Silva, Tschales Franciel Tschá, Drieli Azeredo Ribas, Marcelo Catalano Correa, Sued Luz e Odenil Rodrigues de Almeida.