O ex-governador Silval Barbosa (sem partido) afirmou que não tem preferência por nenhum dos pré-candidatos ao Governo do Estadou ou Senado da Repúblico nas eleições deste ano. Após prestar depoimento na Controladoria Geral do Estado, o ex-gestor afirmou que até vê nomes com qualidade, mas que prefere não citá-los, para não ajudar nem atrapalhar ninguém.
Silval revelou que acredita que a população saberá escolher bem os próximos representantes em outubro deste ano. Ele reafirmou que estará totalmente fora do pleito e que nem poderia apoiar alguém diante das cláusulas firmadas em seu acordo de colaboração premiada. “Não vou participar da eleição. Saí. Não estou filiado, nem tenho preferência para nenhum. Não posso falar. A população irá escolher. Não vou apoiar ninguém, até porque não posso e nem estou em condições de apoiar ninguém. Tem nomes aí com qualidade e competência. Não vou citar até para não atrapalhar a independência deles. Não quero ajudar, nem atrapalhar ninguém”, afirmou.
Segundo Silval, o principal ponto desta eleição será justamente os bastidores do processo eleitoral. O ex-governador afirmou que é justamente na campanha que ocorre a maior parte do que ele chama de ‘sujeira’ na política.
De acordo com ele, quando um candidato quer ganhar de qualquer maneira, ele faz de tudo. “A sujeira vem desde o processo eleitoral. Quando uma candidatura fala que gastou R$ 25 milhões, o caixa 2 vai de R$ 70 milhões a R$ 100 milhões. É isso que acontece e tive a chance de mostrar e falar como que funciona. A Justiça agora sabe da realidade e tem a oportunidade de fiscalizar. Em todas as campanhas majoritárias, o que é declarado é apenas um terço. O resto, é caixa 2. O candidato, no processo eleitoral, com a vontade de ganhar por ganhar, a qualquer preço, faz de tudo”, desabafou.
O ex-governador também comentou dois episódios envolvendo seu acordo de colaboração premiada e a Polícia Federal. O primeiro deles diz respeito as notas promissórias encontradas no gabinete do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, José Carlos Novelli, por servidores do TCE. “Relatei que paguei dois conjuntos de notas promissórias no final, que não me entregaram. Isso está na minha delação. Eles queriam inclusive me cobrar de novo. Pediram até para um advogado interferir para cobrar e não me entregaram, mesmo estando pagas. Felizmente estas notas apareceram e certamente estão no processo”, disse.
Ele também comentou sobre os depoimentos à PF dos ex-secretários de Fazenda, Marcel de Cursi; Transportes e Pavimentação Urbana, Cinésio Nunes de Oliveira; e extraordinário da Copa, Maurício Souza Guimarães. Eles negaram que soubessem do esquema de pagamento de propinas aos conselheiros do TCE através da empresa Gendoc, o que foi confirmado por Silval. “Eles não desmentiram, mas sim falaram que eu não tinha comentado com eles sobre propina paga para o Tribunal de Contas e de fato não conversei com os secretários. Quem tratava disso diretamente fui eu e quem conhecia do assunto, quando foram feitas as tratativas, que foi o Sílvio. Depois, no final, que um ou outro soube. Eles só aderiram a ata ao meu pedido, para fazer o serviço de digitalização, mas não sabiam a finalidade que aquilo tinha”, explicou.