O deputado federal José Medeiros (PL) detonou a decisão do Supremo Tribunal Federal que regula as redes sociais no Brasil. Para o parlamentar, o país vive um período de exceção em que os que fazem oposição ao STF e ao Governo Federal são cerceados.
“Essa regulação entre aspas da rede, na verdade, é uma forma
de criar instrumentos para cercear as vozes dissonantes, as vozes que eu não
quero que sejam propagadas, eu coloco um torniquete. Esse é um momento muito
complicado que nós estamos vivendo”, disse em entrevista.
Para Medeiros, os ministros não entendem como funciona a
internet e querem calar as pessoas cujas falas são incômodas.
“Vamos comparar as redes sociais com um bar, uma praça. O
que eles estão fazendo é o seguinte: a pessoa está falando coisa que não me
agrada no bar, multa o dono do bar, fecha o bar. Lá na praça estão falando
coisas que não são legais, vamos fechar a praça”, comparou.
“Então é muito ruim isso, isso é você ferir a democracia
dizendo que está defendendo ela”, acrescentou.
Na visão do deputado, o presidente da República, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), governa contando com o apoio do Supremo e o Congresso assiste
as suas competências sendo aviltadas pelo Judiciário.
“Nós estamos num processo de exceção. Nós derrubamos a
questão do IOF e o governo já falou que vai entrar no STF. Lá, ele tem
ministros que se comportam como se fossem o líder do governo na corte. Por isso
que a nossa esperança é em 2026 colocar um freio de arrumação nisso, porque
está uma coisa absurda”, disse o deputado.
Por fim, Medeiros atribui a responsabilidade ao Senado
Federal, que é o único com atribuição legal de responsabilizar os ministros do
STF.
“A Câmara não pode fazer nada, mas o Senado pode. O Senado
podia já chamar o Supremo às falas e acabar com esse tipo de coisa, se
quisesse. Mas não, ele está simplesmente se deixando conduzir”, disse.
“É muito fácil quando você não tem que prestar contas, você
tem um cargo vitalício, aí você faz o que quer. Por isso que o Senado tinha que
se posicionar”, defendeu.