A eleição municipal de 2024 em Brasnorte (a 587 km de
Cuiabá) continua marcada por instabilidade política e tensão judicial. A
vitória apertada do prefeito Edelo Ferrari (UB), reeleito ao lado da vice
Roseli Borges (PSB), está sob contestação na Justiça Eleitoral, após ação
movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).
A chapa de oposição, composta por Eric Fantin (PL) e Luciano
Papadiuk (PP), contesta o resultado com base em denúncias de suposta compra de
votos. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral movida pelo MPE aponta que
eleitores indígenas da etnia Enawenê-Nawê teriam sido transportados até a cidade
na véspera da votação em troca de benefícios como dinheiro, combustível e
alimentos. A ação também envolve o vereador Gilmar Celso Gonçalves, o “Gilmar
da Obras”, e outros apoiadores do grupo reeleito.
A audiência de instrução ocorreu em 23 de abril, sob
condução do juiz Romeu da Cunha Gomes, e teve cerca de cinco horas de oitivas
com testemunhas das duas partes. Desde então, o processo aguarda decisão.
Edelo venceu com apenas 155 votos de diferença. Segundo
Luciano Papadiuk, a oposição liderou a votação em quase todas as urnas da
cidade e zona rural, perdendo apenas nas aldeias indígenas — justamente onde se
concentram as denúncias.
Em declarações públicas nas redes sociais, Luciano Papadiuk
tem cobrado celeridade da Justiça. “Já se passaram quase nove meses desde o
pleito. A população vive em um cenário de incerteza. O município precisa de
estabilidade para seguir avançando”, disse.
Papadiuk reafirma que a campanha da oposição foi “limpa e
transparente” e pede uma decisão que pacifique os ânimos e respeite a vontade
popular. “Fizemos nossa parte. Agora, confiamos que o Judiciário cumprirá a
sua”, declarou.
Enquanto o caso segue sem desfecho, a incerteza paira sobre
o cenário político de Brasnorte, alimentando a expectativa por uma definição
que possa trazer clareza e restabelecer a confiança no processo eleitoral
local.
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