Foto: Gustavo Moreno/STFO ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes deu prazo de 24 horas para que a Meta forneça todos os dados de um
perfil no Instagram que teria sido usado pelo tenente-coronel Mauro Cid,
segundo a revista Veja, para enviar mensagens a um aliado do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL). A decisão desta sexta-feira (13) atende a um pedido da defesa
do militar.
O advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa de Cid,
protocolou a solicitação nesta quinta-feira (12). Cid nega a autoria das
mensagens e apontou a “total falsidade da matéria e de seu conteúdo”,
classificando a reportagem da Veja como “mais uma miserável fake news”.
A defesa alega que o perfil não é, nem nunca foi usado por
Cid e que, apesar de o nome “Gabriela” coincidir com o de sua esposa, não há
relação. Bitencourt afirmou que o estilo das mensagens é incompatível com a
forma de comunicação de seu cliente, citando "erros crassos de
concordância verbal", a forma "equivocada de se referir aos
generais" e o tom "grosseiro, quase analfabeto" dos diálogos.
A revista Veja publicou uma série de mensagens supostamente
escritas por Cid no período entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024. Segundo a
publicação, ele teria usado o perfil “gabrielar702” na conversa. O interlocutor
não foi identificado. Nelas, o tenente-coronel teria dito que a Polícia Federal
tentou manipular os depoimentos da delação premiada e criticou Moraes.
O advogado sugeriu, no pedido enviado ao STF, que o material
é uma "falsidade grotesca" criada para ser usada como prova no
processo penal, o que, em tese, estaria sujeito às sanções do artigo 347,
parágrafo único, do Código Penal. Em resposta, o ministro pediu à Meta todas as
mensagens enviadas e recebidas pelo perfil no período de 1º de maio de 2023 até
13 de junho de 2025.
Além disso, a empresa deve enviar todos os dados cadastrais,
incluindo o responsável, o e-mail e o número de telefone celular, e eventuais
outros dados cadastrados no respectivo login de usuário, e informar se existem
outros logins vinculados e se foram acessados por meio de navegadores de
internet em notebooks ou computadores.
Cid foi questionado sobre o perfil durante seu
interrogatório no STF na segunda-feira (9) pelo advogado de defesa de
Bolsonaro, Celso Vilardi. “Quero saber se ele fez uso em algum momento para
falar de delação de um perfil no Instagram que não está no nome dele”, indagou
o advogado. Cid negou.
Vilardi insistiu: “Ele nunca usou perfil de mídia social
para falar com ninguém?” Cid, de novo, garantiu que não. “Conhece um perfil
chamado 'gabrielar702'?”, tentou mais uma vez o advogado. Cid, nesse momento,
gaguejou: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.
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