Após os desvios bilionários de aposentados e pensionistas do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Palácio do Planalto teme agora
que o esforço para recuperar aprovação perdida seja anulado pelo escândalo.
Lula já anunciou medidas como isenção de imposto de renda para salários até R$
5 mil, subsídios na conta de luz e botijões de gás gratuitos.
Além de ainda tentar reverter a insatisfação dos eleitores com
a carestia, o governo se viu agora forçado a também tentar mitigar os impactos
políticos e midiáticos dos esquemas que vitimaram beneficiários do INSS. O
desafio é controlar a narrativa sobre o tema e uma eventual comissão
parlamentar de inquérito (CPI) dedicada a ele.
“A crise econômica, com alta no custo de vida, já vinha
derrubando a popularidade [de Lula]. Agora, o agravamento da percepção de
corrupção complica ainda mais o cenário”, avalia o cientista político Ismael
Almeida. Para ele, sem conseguir entregar melhora concreta na economia e dar
respostas firmes contra a corrupção, a reeleição fica “muito mais difícil”.