A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou,
por unanimidade, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pela invasão ao sistema do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em janeiro de 2023. O ministro
Luiz Fux foi o último a votar, nesta quarta-feira (14), acompanhando
integralmente o entendimento do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Moraes fixou a pena de Zambelli em 10 anos de prisão, a
serem cumpridos inicialmente em regime fechado, perda do mandato e pagamento de
multa no valor de R$ 2 milhões em danos materiais e morais. A Câmara dos
Deputados deve analisar a perda do mandato da deputada após o trânsito em
julgado da ação, ou seja, quando não existir mais possibilidade de recurso.
O hacker Walter Delgatti Neto, que teria atuado a mando de
Zambelli, foi condenado a 8 anos e 3 meses de reclusão, inicialmente em regime
fechado, além do pagamento solidário da multa imposta. O relator determinou
ainda a inelegibilidade de Zambelli e Delgatti por 8 anos, contados a partir da
condenação.
A defesa da deputada pode apresentar embargos de declaração,
uma espécie de recurso, usado para esclarecer pontos obscuros ou contraditórios
e para corrigir informações incorretas no acórdão. Na prática, esse dispositivo
não muda a decisão, apenas complementa aspectos que não ficaram claros ou que
não foram devidamente abordados.
O julgamento é realizado no plenário virtual e está previsto
para terminar nesta sexta-feira (16). Acompanharam o entendimento de Moraes:
Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
Segundo a acusação, Delgatti inseriu no sistema do CNJ um
mandado falso de prisão contra Moraes a mando de Zambelli com o objetivo de
desacreditar o Judiciário e gerar instabilidade institucional. Os dois foram
condenados pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade
ideológica.