A empreiteira Sirius Engenharia e Construção EIRELI iniciou,
no dia 17 de abril de 2023, a obra de reforma e ampliação do Hospital Municipal
de Brasnorte. A execução do projeto tinha prazo contratual de 180 dias, mas até
o momento não foi concluída, ultrapassando dois anos desde o início.
O valor total da obra é de R$ 2.879.006,89. Segundo
informações da Secretaria Municipal de Saúde, até o momento foram investidos
aproximadamente R$ 1.140.000,00. Apesar do aporte financeiro parcial, o ritmo
da obra tem sido alvo de críticas constantes, principalmente por conta dos
seguidos atrasos.
Diante da situação, a Câmara de Vereadores de Brasnorte
convocou uma reunião emergencial na manhã desta quarta-feira (14), com a
presença de representante da empresa responsável pela obra, do secretário de
Saúde Wericky Victor e do secretário de Finanças Giu Burg. O objetivo do
encontro foi esclarecer os motivos dos atrasos e a situação atual da reforma.
Em entrevista, o secretário Wericky Victor afirmou que as
mudanças no projeto original causaram parte dos atrasos. Ele destacou que,
mesmo com as dificuldades, o município continua acompanhando a obra e buscando
soluções para que os serviços não sejam paralisados definitivamente.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Reginaldo Martins
Ribeiro (MDB), foi incisivo em suas declarações. Ele afirmou que a convocação
foi necessária diante das constantes reclamações da população e do que
classificou como “descaso” da empreiteira.
“Essa obra começou em 2023 com previsão de seis meses e já
estamos em maio de 2025. Não existe mais previsão de término. A empresa terá
três dias para apresentar um cronograma oficial e explicar à população o que
está acontecendo”, afirmou o vereador.
Ainda durante a reunião, Reginaldo foi categórico ao afirmar
que a Câmara não irá mais tolerar desculpas ou falta de transparência. “Não
vamos respeitar mais mentira nem conversinha. A enganação acabou. Ou apresentam
explicações, ou vamos embargar a obra ou até abrir uma CPI aqui na Casa”,
declarou.
A fala do presidente foi apoiada por outros parlamentares,
que demonstraram indignação com a lentidão dos trabalhos. Segundo Reginaldo,
todos os vereadores estão unidos pela causa e atentos ao sofrimento da
população que depende diariamente do atendimento no hospital.
“Eu sou pai, sou filho, sou esposo. A gente não vai suportar
mais essa falta de respeito. A Câmara está do lado da população e vamos tornar
tudo isso público”, concluiu o presidente da Casa Legislativa.