Foto: ReproduçãoO ex-delegado da Polícia Civil e candidato derrotado nas
eleições de 2024 em Brasnorte, Eric Fantin (PL), declarou nas redes sociais que
não participará de uma possível nova eleição no município. A decisão, segundo
ele, foi imposta pelo diretório estadual do Partido Liberal, comandado pelo
secretário de Governo de Cuiabá, Ananias Filho.
Fantin fez a declaração na noite desta sexta-feira (11), em
meio à possibilidade de cassação do atual prefeito reeleito Edelo Ferrari
(União Brasil), alvo de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) em
trâmite na Justiça. Ferrari venceu o pleito por uma margem apertada de apenas
155 votos.
“Em respeito aos mais de 4.440 votos que tivemos, informo
que o PL estadual não me deixará concorrer nas novas eleições decorrentes da
futura cassação do atual prefeito. Meus amigos dentro do partido tentaram
reverter essa decisão, mas não conseguiram”, afirmou Fantin.
Segundo a coligação “Coragem para Mudar”, da qual Fantin fez
parte, caso a Justiça Eleitoral casse a chapa de Edelo Ferrari e sua vice,
Roseli Borges (PSB), uma nova eleição será obrigatória, pois o candidato
reeleito obteve mais de 50% dos votos válidos.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) acusa os gestores de
suposta compra de votos e transporte irregular de eleitores indígenas. A
denúncia inclui o uso de ônibus para levar indígenas da etnia Enawene Nawe às
urnas e a distribuição de dinheiro, combustível, fraldas e até frangos
congelados em troca de apoio político. Um vídeo gravado por um indígena
circulou nas redes sociais e teria revelado o esquema.
Além da perda de mandato, o MPE pede a aplicação de multa de
R$ 53.205 e a inelegibilidade de ambos por oito anos.
Escândalos e polêmicas marcaram campanha de Eric Fantin
A campanha eleitoral de Eric Fantin também foi marcada por
polêmicas. Durante o período eleitoral, veio à tona um vídeo íntimo em que o
ex-delegado aparece mantendo relações sexuais com uma garota de programa.
Fantin, que é casado, alegou estar passando por uma crise conjugal no período.
O escândalo sexual agravou sua situação interna no partido.
Segundo Ananias Filho, a decisão de não destinar verbas do Fundo Eleitoral à
candidatura majoritária de Fantin foi tomada antes da divulgação do vídeo.
Em março de 2024, Fantin foi exonerado da Polícia Civil por
decisão do governador Mauro Mendes (UB), após o vazamento de fotos íntimas
tiradas dentro de uma delegacia em Juara. O ex-delegado tenta reverter a
exoneração na Justiça.
Fantin protagonizou ainda outras polêmicas, como quando teve
sua licença para concorrer negada pela própria instituição policial e pelo
governo estadual, o que o levou a entrar com uma ação judicial para garantir
sua candidatura.
Durante sua atuação em Brasnorte, chegou a denunciar ameaças
de morte por investigar supostos crimes envolvendo políticos locais. Também foi
alvo de uma representação na Corregedoria da Polícia Civil, feita por um
vereador que o acusou de perseguição política.
Fantin atuou ainda em municípios como Aripuanã e Colniza,
onde acumulou críticas por sua postura considerada “difícil” no ambiente de
trabalho, segundo relatos de servidores.
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