O ministro das Comunicações (MCom), Juscelino Filho, decidiu
pedir demissão do cargo após a Procuradoria-Geral da República (PGR)
denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de desvio de emendas
parlamentares quando ele ocupava o cargo de deputado federal.
A saída do ministro foi confirmada nesta terça-feira (8). Fontes do Planalto disseram que Juscelino decidiu pedir
demissão para não “desgastar o governo e o presidente
Lula". A expectativa é de que o anúncio da demissão seja feito até a quinta-feira
(10).
O presidente Lula (PT) havia prometido demitir o ministro
caso ele fosse denunciado pela PGR. A denúncia está sob a relatoria do ministro
Flávio Dino.
Segundo a investigação da Polícia Federal (PF) que deu
origem à denúncia, a corrupção teria ocorrido com recursos enviados para
pavimentação de ruas da cidade de Vitorino Freire (MA), sua base eleitoral
então governada pela irmã, Luanna Rezende.
Parte dos recursos foi repassada à prefeitura por meio da
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf).
A investigação da PF apontou Juscelino como sócio oculto da
Arco Construções, empreiteira que pode ter sido usada no suposto esquema.
Segundo revelou a apuração da Folha de São Paulo em 2023, as
emendas teriam beneficiado a própria fazenda dele para a construção de acessos,
além da pavimentação em distritos próximos de qualidade precária.
De acordo com a Folha, a empreiteira não tem sede nem
funcionários e acumula dívidas com bancos públicos. O jornal percorreu os
endereços da empresa indicados em documentos oficiais e consultou registros de
cartórios e licitações encontrados no Tribunal de Contas do Maranhão.
O que diz a defesa do ministro
Mais cedo, a defesa do ministro negou as acusações e afirmou
que ele é inocente e confia na Justiça para rejeitar a denúncia.
“Aliás, essa é a melhor oportunidade para se colocar um fim
definitivo a essa maratona de factoides que vem se arrastando por quase 3 anos,
com a palavra final da instância máxima do Poder Judiciário nacional”, diz a
nota.