A recente pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta
sexta (14), que revela uma reprovação de 41% ao governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), tem gerado impactos significativos no cenário
político brasileiro. Em meio a esse cenário de alta rejeição, a direita já
conta com sete nomes de potenciais candidatos para a disputa presidencial de
2026.
Entre os pré-candidatos estão figuras como Pablo Marçal
(PRTB), o cantor Gusttavo Lima, os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil),
Romeu Zema (Novo), Eduardo Leite (PSDB) e Ratinho Junior (PSD) e o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (que ainda não definiu seu representante).
Esta proliferação de nomes indica uma movimentação intensa no campo da
oposição, buscando capitalizar a insatisfação com o atual governo.
A queda na popularidade do presidente Lula ocorre em um
momento crítico, quando o governo negocia uma reforma ministerial visando
ampliar sua base de apoio no Congresso.
Os partidos do Centrão estão dispostos a participar do
governo, mas com uma perspectiva de “contrato de curto prazo”, sem compromissos
para 2026.
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, avalia que a pesquisa
“mostra a corrosiva deterioração do governo” e reforça a possibilidade de uma
candidatura presidencial de centro.
Esta percepção dificulta os planos de Lula de construir
alianças fora da bolha da esquerda para as próximas eleições.
DESAFIO DO GOVERNO LULA
Com uma popularidade inferior à que tinha em 2005, durante o
escândalo do “mensalão”, o governo Lula enfrenta o desafio de reorganizar sua
estratégia. Fontes do Palácio do Planalto admitem que os números superaram até
as expectativas mais pessimistas.
Para reverter este cenário, especialistas apontam que não
bastará apenas reembalar políticas ou aprimorar a comunicação nas redes
sociais.
É necessária uma reorganização governamental mais profunda,
incluindo uma retomada da prática de Lula de manter contato próximo com
parlamentares por meio de encontros informais e “happy hours”, algo que foi
prometido, mas não se concretizou com a frequência esperada.
A reforma ministerial, prevista para após o Carnaval, já
começa sob o impacto destes números desfavoráveis, indicando que o governo terá
que trabalhar intensamente para recuperar o apoio popular e fortalecer sua base
no Congresso nos próximos meses.