Nesta terça-feira (21), um representante do Ministério das
Relações Exteriores da China manifestou preocupação em relação à decisão dos
Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris. Guo Jiakun enfatizou que a
questão das mudanças climáticas é um desafio que deve ser enfrentado
coletivamente. “A mudança climática é um desafio comum enfrentado por toda a
humanidade e nenhum país pode permanecer insensível ou resolver o problema
sozinho”, afirmou o porta-voz.
A saída dos EUA, foi anunciada pelo presidente Donald Trump
horas depois de reassumir a liderança do país. O tratado visa a redução das
emissões de gases que contribuem para o efeito estufa.
A decisão de Trump foi criticada por Wopke Hoekstra, que
ocupa o cargo de chefe de política climática da União Europeia. “É realmente
lamentável que a maior economia do mundo, e um dos nossos aliados mais próximos
na luta contra as mudanças climáticas, esteja se retirando do Acordo de Paris”,
escreveu Hoekstra no X.
Além disso, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão
Europeia, também se posicionou, ressaltando a importância do Acordo de Paris
para a sobrevivência da humanidade. “A Europa manterá o rumo e continuará a
trabalhar com todas as nações que desejam proteger a natureza e parar o
aquecimento global”, declarou Leyen durante o Fórum Econômico Mundial.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou sua
esperança de que tanto cidades quanto empresas americanas continuem a promover
um desenvolvimento econômico sustentável. “É fundamental que os Estados Unidos
continuem sendo líderes em questões ambientais. Os esforços coletivos do Acordo
de Paris fizeram a diferença, mas precisamos ir muito mais longe e mais rápido
juntos”, expressou Guterres.
Pensando no Brasil, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
e Mudança do Clima, comentou a decisão do governo Trump, especialmente em
relação ao abandono do Green New Deal e à ênfase em combustíveis fósseis.
“Embora fosse algo já esperado, pelo que defendeu na campanha presidencial,
vejo com enorme preocupação o anúncio de que o presidente pretende acabar com o
Green New Deal, tirar os EUA do Acordo de Paris, retomar a indústria automotiva
norte-americana sem dar prioridade para carros elétricos e valorizar o uso de
combustíveis fósseis”, afirmou a ministra.
Com a decisão do republicano, os Estados Unidos se tornaram
o único país a se retirar do acordo, que já havia sido deixado de lado em 2017.
Além dos EUA, apenas Irã, Líbia e Iémen não são signatários do pacto, mas nunca
chegaram a assiná-lo.