A Polícia Federal cumpre 31 mandados de prisão, entre preventivas e temporárias, nesta terça (5), por envolvimento em um grande esquema de tráfico internacional de armas que teria movimentado R$ 1,2 bilhão em três anos. Os armamentos eram importados da Europa através de uma empresa do Paraguai e revendidos a facções criminosas brasileiras.
De acordo com as investigações que levaram à operação Dakovo, os mandados são cumpridos em cinco estados brasileiros, no Paraguai e nos Estados Unidos. Há, ainda, 54 de busca e apreensão.
As investigações tiveram início em 2020 em Vitória da Conquista (BA) após a prisão de dois indivíduos em posse de 23 pistolas croatas e dois fuzis com indícios de adulteração, além de munições e carregadores. A dupla fazia parte de um grupo que enviava armas ilegalmente da Europa para a América do Sul.
As importações ocorriam através de uma empresa em Assunção, capital do Paraguai, como pistolas, fuzis e munições de fabricantes europeus da Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. No país latino, os armamentos eram adulterados e revendidos a intermediários na fronteira com o Brasil. Segundo a PF, esses intermediários repassavam as armas às principais facções criminosas brasileiras.
Desde o início das investigações, estima-se que a empresa em questão importou aproximadamente 43 mil armas para o Paraguai, movimentando cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos. As apreensões realizadas no Brasil somam 659 armas em 67 operações, abrangendo 10 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e Ceará.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Salvador (BA), sendo 25 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 54 de busca e apreensão. Os mandados expedidos para o Brasil são cumpridos nas cidades de Rio de Janeiro, São Paulo, Sorocaba (SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Ponta Grossa (PR), Foz do Iguaçu (PR), Brasília e Belo Horizonte.
A Operação Dakovo foi conduzida pela Polícia Federal na Bahia, em colaboração com o Ministério Público Federal e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) e o Ministério Público do Paraguai. A ação contou com a participação da FICTA (Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições), envolvendo a HSI (Homeland Security Investigations) e SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública), sob supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.