Vereadores cobram explicações sobre morte de homem dentro da cela em Brasnorte

 



NOTÍCIAS / CASO MUNHAK

Vereadores cobram explicações sobre morte de homem dentro da cela em Brasnorte

Por: Repórter em Ação

21 de Março de 2023 as 21:08

  Cleverson Munhak, tinha 38 anos - Foto: Rede social

Os vereadores Roberto Marcelo (PSB) e Maria Celia Poletto (União), exigiram durante sessão da Câmara desta segunda-feira (20/03), que as autoridades esclareçam os motivos que levaram ao óbito de Cleverson Munhak, de 38 anos. Ele morreu dentro da cela da delegacia de Brasnorte.

“Quero falar uma coisa pra vocês, tem que verificar o que foi que aconteceu, o menino é bravo? É bravo. Todo mundo já sabia e eu também sou bravo me tirando do sério. Agora é trabalhador, um cara direito, um pioneiro. Prendeu o cara leva no hospital pra ver se ele tá bom, agora prender o cara e deixar ele morrer na cadeia também não acho justo”, cobrou Roberto.

Já a vereadora Maria Celia, lembrou que Brasnorte novamente sente a falta de um delegado de polícia e exigiu apuração do caso.

“Aconteceu um episódio e ele morreu, isso tem que ser investigado sim, e muito bem investigado. A família nos procurou hoje, é ai que eu falo, nós precisamos de um delegado de polícia em Brasnorte, nós temos que ter as duas instituições funcionando, estamos fazendo um ofício coletivo para secretaria de Estado de Segurança Pública, para que o nosso governador mande com urgência um delegado para nossa cidade, pois tenho certeza que se nós tivéssemos a condução desse dia fatídico, de repente teria sido diferente, temos que dar uma atenção sim a família Munhak que são pioneiros, precisamos de uma investigação pra saber o que realmente aconteceu naquela noite, qual foi a causa. Ele era um homem saudável, não tinha nenhum problema de saúde, não é justo cidadão de bem morrer sem saber o porquê foi morto”, desabafou a parlamentar.

 

ENTENDA O CASO

No último sábado, 18 de março, Cleverson Munhak participava de uma festa de aniversário entre amigos em uma residência da cidade no bairro Aeroporto, no local muitos convidados, entre eles um policial militar.

Conforme apurado pela reportagem, Cleverson estaria ingerindo bebidas alcóolicas e em determinado momento, resolveu tirar satisfações com o PM que estava de folga e participava da festa com a sua família.

Ainda de acordo com a apuração dos fatos, Cleverson teria guardado mágoas do passado, pois ele teria sido preso em outra ocasião e esse seria o motivo para início da discussão.

“Estava acontecendo uma festa de aniversário, pessoas de bem do município e aconteceu que envolveu o nome de um policial militar que estava nessa festa de folga e estava tudo dentro da normalidade naquele local, o que foi nos informado pelo policial que estava lá e algumas testemunhas, é que Cleverson que é o suspeito que foi preso, se aproximou e indagou ele sobre uma prisão que tinha acontecido anteriormente referente a um conflito familiar que ele tinha ou tem, e ele falou algumas coisas para o policial referente a ocorrência, o policial viu que ele estava bem alcoolizado e disse agora não é a hora, amanhã você me procura e mesmo assim, ele continuou e ofendeu o policial”, explicou Alexandro Marques, 1° Sargento e comandante do Pelotão da Polícia Militar de Brasnorte.

A reportagem apurou ainda que Cleverson não desistiu da discussão e o militar resolveu ir embora da festa, momento em que começou uma briga. Cleverson teria agredido o policial com um pedaço na madeira.

O sargento Alexandro disse que com a agressão, o PM caiu ao chão, se levantou e começou uma luta corporal.

A viatura foi acionada, mas quando chegou ao local Cleverson já teria ido embora, então os policiais se dirigiram até a residência. Conforme apurado, Cleverson tentou fugir dos militares pulando muros de residências vizinhas, mas mesmo assim foi alcançado e preso, ele inclusive resistiu à prisão.

“Ouve também a prisão da esposa dele, foi necessário conduzi-la para delegacia. Jogaram uma pedra na viatura e atingiu o rosto de um policial, uma ocorrência atípica, diferente nesse dia, ele desobedeceu a ordem dos policiais, mas conseguiram fazer a abordagem. Ele provocou resistência na hora da prisão e foi necessário colocá-lo no chão para conseguir fazer a contenção e com essa resistência, é claro, gera lesões, a pessoa cai no chão, rola com os policiais. Ele estava muito alterado, inclusive quebrou com chutes o camburão, foi registrado em boletim”, narrou o comandante.

Após todo o tumulto, Cleverson foi conduzido e um boletim foi registrado, em seguida ele foi levado à delegacia e por volta de 2 horas da manhã de domingo 19/03, ele teria passado mal, vindo a óbito na cela.

“Ele foi entregue por volta das 20h30min de sábado na delegacia, chegou, conversou com o plantonista, claro alterado por causa do álcool  e depois foi encaminhado pra cela até os procedimentos cabíveis  e por volta das 2 horas da manhã ele passou mal na cela, o investigador solicitou o apoio do SAMU, da Polícia Militar pra ir lá também, abrir a cela e constataram que ele estava passando mal, vamos se dizer assim, dava pra perceber que ele havia vomitado, com secreções na boca, tentaram fazer o procedimento ali, no final o SAMU acabou entendendo que teria que encaminhar rápido para uma reanimação, tentando no hospital se tivesse um material diferente, mas a situação evoluiu e triste dizer que veio a óbito, toda a situação está gravada em imagens lá na Polícia Civil”, explicou.

O sargento negou que existisse qualquer rixa entre Cleverson e o Militar.

“Não tinha rixa, o que tinha era uma ocorrência atendida referente a Maria da Penha, que na época ele resistiu à prisão, desobedeceu aos policiais também, então ele não gostou que ele foi conduzido preso porque ele estava numa situação de agressão contra família”, esclareceu.

Cleverson Munhak era conhecido pelo seu temperamento forte, um homem bastante nervoso e que quando ingeria bebidas alcoólicas, agia com agressividade.

“Ele foi preso em flagrante em outra situação, não obedeceu aos policiais, resistiu à prisão, teve outra ocorrência onde ele descumpriu medida protetiva, ele descumpriu ordem judicial, os policiais tiveram que ir atender a pessoa que solicitou da família, teve ocorrência de lesão corporal que ele provocou, então os policiais tiveram que atender, até uma tentativa de homicídio onde teve um disparo de arma de fogo, eu contei de cinco a seis boletins de ocorrência contra ele, então não havia rixa, ouve sim vários atendimentos da Polícia Militar”, pontuou o Sargento.

Para o oficial, pelo que se constatou, Cleverson pode ter se afogado em seu próprio vômito. Ele garantiu que as apurações serão realizadas para esclarecer o fato.

A família aguarda o resultado dos exames que devem apresentar as verdadeiras causas da morte de Cleverson, que gerou grande comoção em Brasnorte.










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