Famlia suspeita do assassinato

 



NOTÍCIAS / MORTE DE DENTISTA

Famlia suspeita do assassinato

RAYANE ALVES

27 de SETEMBRO 2017 as 09:42

 

João da Silva Gaspar, fazendeiro e pai do dentista Josilei Gaspar, que foi assassinado com dois tiros após ser supostamente sequestrado em sua caminhonete Hilux, no final de semana, em Juara, distante a 640 quilômetros de Cuiabá, afirmou durante entrevista ao DIÁRIO, que o filho possa ter sido morto por conta de uma disputa de terras e não vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). 

Segundo o fazendeiro, que ainda insiste em não acreditar no crime, ele mora com a família em Juara há 32 anos e nunca teve inimizade com vizinhos e nem mesmo com outros fazendeiros da região. 

Uma das coisas que ele lembrou que poderia ter causado um confronto foi de 2002 para 2017. Na época, ele teria comprado parte de umas terras e um homem que trabalhava na fazenda e sonhava adquirir o bem começou a perseguir a família dele e ameaçar de morte. 

“Por várias vezes ele apontou o dedo para mim e disse que eu iria me arrepender de ter comprado aquelas terras. São anos e anos de angústias. Ele nos persegue e ficamos coagidos. Por isso, eu suspeito que o caso possa ter relação, mas, por enquanto, eu não posso acusar ninguém. Sem provas neste momento e apenas com suposições”, afirmou. 

Conforme o fazendeiro, o filho estava animado naquele domingo, pois se preparava para ir a uma festa de casamento com o grupo de jovens da igreja. 

“Todos estavam na casa dele e depois de algumas horas os amigos foram embora para ele se arrumar para ir a festa. Me lembro que ficou uns pedaços de carne fora da geladeira que nós tínhamos assado para comer com os amigos e ele disse que eu poderia ir na frente que ele guardaria. Mas, ele demorou a aparecer e nós começamos a ficar preocupados. Meus filhos ligaram, amigos ligaram, parentes ligaram e nenhuma ligação atendida ou retornada. Então o desespero bateu na porta e depois recebemos a notícia da tragédia”, chorou. 

Conforme o fazendeiro, ele e a família estão em uma situação bastante complicada, já que viram como Josilei foi morto. 

“A cena nunca e jamais vai sair da minha memória. Minha situação é difícil. Meu filho teve mãos e pés amarrados. Depois levou um tiro nas costas e na nuca. Eu não desejo isso nem para um cachorro de rua que não é amado por ninguém foi abandonado e largado. Não sei por que tanta agressão. Eu vi os pedaços do cérebro dele. Isso é coisa para um pai ver? Dentro do caixão ele nem parecia que era aquele menino que criei ficou totalmente com a fisionomia desfigurada”, lamentou. 

Ainda conforme o fazendeiro, o filho dele frequentava a igreja e sempre trabalhou diariamente para conquistar clientes e conseguir fazer o nome profissional na região. Agora, a única esperança da família é que a justiça seja feita. 

“Um crime como este jamais pode ficar impune. Ele tinha uma longa vida pela frente. Morreu jovem. E nós estamos quebrados e mortos assim como ele por dentro. Só Deus sabe como meu coração está e pode ajudar a curar este sofrimento”, concluiu. 

Prisão dos suspeitos 

Dois suspeitos de terem participado do assassinato do dentista foram presos pela Polícia Militar na manhã de ontem. 

De acordo com informações da Polícia, os suspeitos foram detidos em Cáceres, distante a 250 quilômetros de Cuiabá, após serem acusados de estarem dirigindo a Hilux que pertencia a vítima. 

Os presos foram identificados como: Fábio Almeida dos Santos, de 24 anos e Raul Cesar de Oliveira Conradi, de 22 anos. Os dois foram vistos pela primeira vez pedindo carona em frente de uma fazenda. Mas, a caminhonete foi encontrada no início da tarde de domingo (24), próxima da Comunidade Taquaral, localizada na MT-343, depois de uma perseguição da PM. Os bandidos abandonaram a caminhonete e foram encontrados próximo da mata onde estavam escondidos há quase dois dias. 

Caso - Josilei estava desaparecido desde a noite de sábado (23). As primeiras informações eram de que três bandidos invadiram sua chácara e sequestraram o dentista. Na fuga, os criminosos levaram a caminhonete. 

Depois do sequestro, amigos e parentes tentaram ligar para Josilei, no entanto, ele não atendeu e nem retornou nenhuma das ligações. 

Nisso, os amigos resolveram ir até a chácara. No local, todos os móveis estavam revirados. O Grupo Especial de Fronteira (Gefron) também foi acionado para dar apoio. 

O corpo foi encontrado com um tiro na nunca, sinais de tortura, além de estar com os pés e mãos amarrados. 










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