Os incêndio que durou dez dias na reserva indígena Tadarimana, da etnia Bororo, na região de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, destruiu a vegetação local, matou muitos animais e ocasionou diversos problemas de saúde aos indígenas, obrigando parte deles a deixarem suas aldeias. Apesar de não ter mais fogo no local, ainda é difícil respirar na área devido à fumaça densa. Nessa área, vivem 604 índios bororos, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os focos de incêndio apareciam em lugares diferentes e o vento levou o fogo da Aldeia Central para a Aldeia Pobóre, que fica a 13 km de distância, o que dificultou o combate. Ainda não se sabe a causa do fogo que, segundo o cacique da reserva indígena Tadarimana, Cícero Kudoropa, queimou mais da metade da área.
"Queimou mais ou menos 60% da área. As frutas e as folhas medicinais todas queimaram", disse.
A reserva tem 9.875 hectares e é dividida em cinco aldeias: Pobóre, Pobojari, Praião, Jurigue e a Central. Para esta última se dirigiram os indígenas que precisavam de atendimento médico, uma vez que é onde fica o Posto de Saúde da Família (PSF) da reserva.
Segundo os indígenas, as crianças foram as que mais sentiram as consequências do fogo. Algumas tiveram que ser levadas para hospitais em Rondonópolis e outras tiveram de interromper os estudos porque estavam com a saúde debilitada, razão pela qual as aulas foram suspensas.