A Polícia Judiciária Civil desarticulou nesta semana uma quadrilha que cometia assassinatos brutais em Planalto da Serra (254 km de Cuiabá) para obtenção de terras. Ao todo, 2 pessoas foram presas, e uma terceira responde em liberdade.
Todos são acusados de assassinarem quatro pessoas – incluindo um membro do próprio bando. As informações são de uma reportagem da segunda edição do MT TV desta terça-feira (8).
As investigações tomaram o rumo que indicava para os assassinos após a morte do vaqueiro Claudinei Pinto Maciel, de 29 anos, encontrado com o corpo em chamas, entre pneus, numa fazenda a 60 km de Planalto da Serra em maio de 2016. No local, a PC e peritos da Politec também encontraram parte dos restos mortais de dois fazendeiros, pai e filho, que também estavam desaparecidos.
De acordo com informações da reportagem, Rodinei Nunes Frazão, Silvio Ricardo e Marco da Silva Melo chegaram ao município de Planalto da Serra para adquirir uma propriedade que pertencia a dois fazendeiros, pai e filho, que queriam vender ou arrendar as terras em razão da fazenda estar localizado num lugar ermo, de difícil acesso e comunicação. Porém, durante as negociações, ambos foram mortos pela quadrilha de Marco da Silva Melo, que contou ainda com a ajuda de outro comparsa, Tiago Falcão de Oliveira.
A polícia informa que a quadrilha arrastou os corpos do pai e do filho para uma região de mata, atearam fogo e colocaram os restos mortais em sacos plásticos, que foram jogados num rio próximo da cena do crime. Os assassinos tinham o objetivo de se apossar da terra, para tanto que o “assessor jurídico” do grupo, o advogado Silvio Ricardo, confeccionou documentos falsos que atestavam o arrendamento da propriedade.
Os crimes teriam ocorrido em 2016. Em maio do mesmo ano, o vaqueiro Claudinei Pinto Maciel foi até a propriedade em busca de uma vaca que estaria perdida.
Com medo de que o peão levantasse suspeitas, a quadrilha também o assassinou, ateando fogo em seu corpo em meio a uma torre de pneus, próximo ao local onde pai e filho também teriam sido mortos. A viúva de Claudinei acionou a polícia, que encontrou o vaqueiro com o corpo já carbonizado.
Os peritos conseguiram identificar os fazendeiros após exame de DNA. Com o cerco policial cada vez mais próximo, os bandidos ainda tentavam escapar da Justiça e, com medo de serem denunciados, também mataram Sílvio Ricardo, o advogado que prestava “assessoria jurídica” ao grupo, uma vez que, segundo a PC, ele não concordava com a morte dos fazendeiros.
Ele foi decapitado pelos antigos companheiros de crimes. Após a morte do advogado, a PC chegou aos assassinos com a ajuda de Rodinei Nunes Frazão, que deu pistas a polícia sobre os crimes, e que responde ao processo em liberdade. Já Marco da Silva Melo e Tiago Falcão de Oliveira estão presos e aguardam julgamento.