Na madrugada desta quarta-feira (18), um desentendimento
entre dois policiais militares terminou em uma confusão generalizada em
Brasnorte, município do noroeste de Mato Grosso. A ocorrência envolveu o comandante
da Polícia Militar local, Capitão Cirano, e o soldado Duyllio Freitas, e teve
como cenário o Auto Posto Happy 77, onde ambos foram flagrados em um intenso
bate-boca, aparentemente sob efeito de álcool.
De acordo com o boletim de ocorrência, a situação teve
início ainda durante uma confraternização do moto clube Rota 170, realizada na
sede da Associação Casa da Sopa. No local, segundo relato do soldado Freitas, o
Capitão Cirano já teria agredido fisicamente um dos presentes, Delacir
Barcelos, conhecido como “Nego do Lava-Jato”, além de fazer ameaças verbais.
Mais tarde, o desentendimento entre os policiais se
intensificou no Auto Posto Happy 77, onde a equipe de plantão foi acionada por
funcionários assustados com a situação. Quando chegaram, os militares
constataram que tanto o comandante quanto o soldado estavam alterados. Durante
a tentativa de intervenção, Capitão Cirano tomou o celular das mãos de Freitas
e, diante de testemunhas, quebrou o aparelho ao meio.
Ainda segundo o relato do soldado, o comandante proferiu uma
série de ofensas pessoais, incluindo comentários ofensivos sobre sua esposa e
dúvidas sobre a paternidade de seu filho recém-nascido. Em tom pejorativo, o
oficial teria chamado Freitas de “cachorro” e usado expressões de cunho racista.
A testemunha Augusto César, que também estava no local, teria sido citada nas
agressões verbais.
O boletim relata ainda que o soldado foi imobilizado com um
golpe conhecido como "mata-leão" no momento em que tentava filmar a
confusão. Foi então que teve seu celular arrancado e destruído. Temendo por sua
segurança, Freitas pediu que a guarnição recolhesse sua arma institucional, o
que foi prontamente atendido. Seu irmão, o cabo Máximo, foi chamado para
retirá-lo do local, mas também teria sido alvo de provocações e ameaças do
comandante, que os desafiou a resolver o conflito “à sua maneira”, em um local
sem câmeras.
Durante toda a ocorrência, segundo o boletim, o capitão se
referiu aos irmãos de forma depreciativa, atacando aspectos pessoais,
familiares e profissionais.
A reportagem da Band FM Brasnorte tentou contato com o
tenente-coronel PM Murilo Franco de Miranda, comandante do 7º Comando Regional
da Polícia Militar em Tangará da Serra, responsável pela jurisdição de
Brasnorte, mas até o momento não obteve retorno.
O caso deve ser investigado pela Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso.