A coordenadora técnica local da Fundação Nacional dos Povos
Indígenas (Funai) em Brasnorte, Aline Ramos Francisco, procurou a Delegacia de
Polícia Civil do município para denunciar a extração ilegal de madeira na Terra
Indígena Miky e ameaças sofridas por mulheres da aldeia.
Segundo relato feito às autoridades, madeireiros estariam
realizando extração clandestina de madeira dentro do território indígena.
Diante da situação, um grupo de mulheres da aldeia decidiu confrontar os
extratores para exigir que deixassem a área e cessassem as atividades ilegais.
No entanto, a atitude gerou reação violenta.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado, os
madeireiros ameaçaram as mulheres com facões, afirmando que matariam todos caso
continuassem interferindo na retirada de madeira.
As informações apuradas até o momento apontam que os
madeireiros contariam com o apoio de um indígena da própria comunidade, já
identificado, que estaria diretamente envolvido na exploração da área
florestal, além de outros três indígenas que estariam prestando suporte à
atividade ilegal.
O delegado de Brasnorte, Dr. Guilherme Renato Hernandes
Polimeni Lós, confirmou o registro da ocorrência e informou que o caso será
encaminhado às autoridades competentes. “Vamos acionar a Polícia Federal, o
Ibama, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Secretaria da Fazenda
(Sefaz), a Secretaria Estadual de Povos Indígenas, além dos órgãos federais de
Direitos Humanos. O caso é grave e requer atuação integrada para garantir a
proteção da comunidade indígena e do meio ambiente”, afirmou o delegado.
A Terra Indígena Miky é protegida por legislação federal e
qualquer atividade de exploração sem autorização configura crime ambiental e
violação de direitos indígenas. A Funai acompanha o caso e deverá colaborar com
as investigações e medidas de proteção à comunidade.