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Enfermeira atingida por tiro à queima-roupa corre risco de não andar

  Foto: Reprodução

A chefe de enfermagem do Hospital Brasília, Priscilla Pessôa Rodrigues, 45 anos (foto em destaque), corre o risco de não voltar a andar. Ela foi baleada pelo delegado da Polícia Civil Mikhail Rocha e Menezes durante o expediente no Hospital Brasília, no Lago Sul. O disparo, feito a menos de 1 metro de distância, atingiu a vértebra L4 da profissional de saúde. Em estado grave, a enfermeira está intubada.

O ataque aconteceu no pronto-socorro da unidade privada. Segundo informações, o delegado levou o filho de 7 anos à emergência após ele apresentar vômitos. No hospital, Mikhail teria se desentendido com funcionários e atirado à queima-roupa em Priscilla. Antes, em São Sebastião, ele havia atirado na esposa e na empregada da família. As duas permanecem internada.

Entenda a linha do tempo do ocorrido:

Por volta das 9h10 dessa quinta-feira (16/1), o delegado Mikhail atirou contra a esposa, Andréa Rodrigues Machado e Menezes, 40 anos, e a empregada da família, Oscelina Moura Neves de Oliveira, 45;

Minutos depois, ele e o filho, de 7 anos, saíram do Residencial Santa Mônica, no Setor Habitacional Tororó, em um Volkswagen Polo preto;

Os dois seguiram rumo ao Pronto-Socorro do Hospital Brasília, no Lago Sul, onde o delegado atirou contra a supervisora de enfermagem Priscilla Pessôa Rodrigues, 45;

Mikhail teria disparado após chegar e exigir atendimento de saúde para o filho, que estaria vomitando;

O delegado fugiu do hospital e, por volta das 10h, foi preso em flagrante pela PMDF, que conseguiu rastrear o veículo do agressor ainda no Lago Sul;

O delegado e demais testemunhas ligadas ao caso foram levados à Corregedoria da PCDF para prestar depoimento.

Andréa e Oscelina foram levadas, inicialmente, para o Hospital de Base (HBDF). A esposa do delegado levou ao menos três tiros, segundo apurou a coluna Na Mira.

O marido de Oscelina Moura contou sobre o estado de saúde da esposa. De acordo com Davi Roque, a bala atingiu o rim e danificou o órgão.

“Uma das balas estourou o rim dela, não presta mais. A verdade é essa”, contou o marido. Além de estourar o rim, a bala atingiu o intestino e o estômago. “Ela recebeu o tiro pelas costas, saiu pelo abdômen, atingiu intestino e estômago. O estado é bem grave”, completou.

“Estamos todos surpresos com o que aconteceu. O tratamento dele para com a minha esposa era muito bom. Na mente dele, algo ou alguém estava se aproximando do filho dele, mas era coisa da cabeça dele, imagino que devido ao trabalho.”

O marido deu entrevista na porta do Hospital de Base. Oscelina trabalhava como empregada doméstica na casa do delegado.

Mikhail estava afastado das funções há cerca de 30 dias e teria tido um surto após discutir com um colega de corporação. Ele foi preso no Lago Sul por uma equipe do Patrulhamento Tático Motorizado (Patamo) da Polícia Militar. Ele estava com duas armas de fogo no momento da prisão e foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal.

Por meio da placa do automóvel, os policiais militares conseguiram rastrear o Volkswagen Polo preto do delegado após o delegado deixar o Pronto-Socorro do Hospital Brasília, no Lago Sul, onde Mikhail baleou Priscilla.

As equipes acompanharam o veículo até a QL 23 do Lago Sul, próximo à subida para o Jardim Botânico. Ao ser abordado, o policial civil, que estava acompanhado do filho de 7 anos, não apresentou resistência.