Registro de novos casos de hanseníase reduz 31% em MT

 



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Registro de novos casos de hanseníase reduz 31% em MT

Diário de Cuiabá

27 de Janeiro de 2022 as 20:48

 

As ações para a redução da carga da hanseníase continuam sendo influenciadas pela pandemia de Covid-19, com impacto no diagnóstico e no acompanhamento dos casos da doença em todo país. Em Mato Grosso, a situação não tem sido diferente. Dados preliminares do Ministério da Saúde (MS) mostram que, em 2021, foram 1.732 casos novos detectados no Estado.

A quantidade representa uma que queda de 31,25% se comparado ao ano retrasado, quando ocorreram 2.519 novas notificações. Em 2019, 4.424 foram novos diagnósticos do agravo no território mato-grossense. No país, o levantamento aponta o diagnóstico de 15.155 casos novos de hanseníase em 2021. O número também foi menor quando comparado ao ano anterior e primeiro ano da pandemia. Em 2020, foram 17.979 novos registros e, em 2019, 27.864 novos casos.

Contudo, o levantamento mostra que, em 2020, Mato Grosso apresentou, dentre as 27 unidades da Federação, a maior taxa de detecção geral de hanseníase, com 71,44 casos novos por 100.000 habitantes. Em Cuiabá, a taxa foi de 29,78 casos por 100.000 pessoas. O Tocantins ocupou a segunda posição entre os estados, com 53,95 casos novos por 100.000 habitantes. Já o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como suas capitais, apresentam baixa endemicidade.

Para o Ministério da Saúde, a redução da taxa de detecção geral da doença pode estar relacionada a sobrecarga dos serviços de saúde e pelas restrições durante a pandemia do coronavírus, que causa a Covid-19. Além disso, nem sempre a queda de taxa de detecção é notícia boa uma vez que, nesses últimos dois anos, a redução se deve a menor procura do diagnóstico. Situação que aumenta o risco de um diagnóstico em fase mais avançada e maior risco de sequelas.

Diante desse cenário, o órgão federal de Saúde apresentou, na terça-feira (25), uma série de ações do Janeiro Roxo, mês escolhido para informar a população e desmistificar a doença, que é transmissível e de caráter crônico. Trata-se de um problema de saúde pública que ainda gera estigmas e discriminação devido ao desconhecimento.

Segundo o MS, no Sistema Único de Saúde (SUS), o diagnóstico e tratamento são oferecidos de forma integral e gratuita e, neste ano, conta com um reforço inédito: a inclusão de novos testes laboratoriais complementares ao diagnóstico da hanseníase, entre eles, um teste rápido.

“O teste rápido para o diagnóstico é uma grande conquista, porque temos um sistema de saúde de acesso universal tão abrangente como nosso, o Brasil é o primeiro país do mundo a incorporar esses exames e oferecê-los gratuitamente a nossa população. Que nós possamos fazer o diagnóstico clínico, confirmar através dos exames sorológicos e através de uma terapia adequada, fazer com que os pacientes sejam curados”, disse o ministro o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante o anúncio das ações alusivas ao Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, que será no próximo domingo (30).

OUTROS DADOS - De 2016 a 2020, foram diagnosticados 155,3 mil casos novos de hanseníase no Brasil. Desses, 86,2 mil ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,5% do total. No mesmo período, foram 19,9 mil casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física, o mais grave.

Em Mato Grosso, 17.738 casos da doença no mesmo período. Para evitar agravamento e sequelas, é fundamental iniciar o tratamento o mais rápido possível. Isso porque a doença atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, podendo apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada, pode causar deformidades e incapacidades físicas.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase acomete principalmente nervos periféricos e pele, podendo causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos. Embora curável, ainda permanece endêmica em várias regiões do mundo, sobretudo no Brasil, na Índia e na Indonésia.

Os sinais e sintomas mais frequentes são: dormência, formigamento e diminuição de força nas mãos, pés ou pálpebras, e manchas brancas ou avermelhadas com diminuição ou perda da sensação de calor, de dor ou do tato. A pessoa com algum desses sintomas deve, o quanto antes, buscar atendimento na unidade de saúde mais próxima.

 










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