O indígena Nelson Mutzie Rikbaktsa, de 31 anos, morreu internado com coronavírus (Covid-19) nessa quarta-feira (22) no Hospital Santa Casa, em Cuiabá.
Nelsinho, como era conhecido, era considerado uma liderança do povo Rikbaktsa. A comunidade está localizada às margens do rio Juruena, na divisa dos municípios de Brasnorte e Juína (735 quilômetros a Noroeste de Cuiabá).
Não há informações se ele tinha algum problema de saúde anterior.
O jovem se preocupava com a preservação da memória dos povos indígenas.
Na pandemia, se tornou defensor e incentivador dos protocolos de proteção contra a Covid-19, como o uso de máscara e álcool gel, por parte das comunidades indígenas.
Nelson ajudou a construir todo o sistema de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), deu apoio aos povos indígenas de Rondônia e do Mato Grosso, sempre estava à frente das ações sociais e do combate à pandemia.
Rikbaktsa
Conhecidos como Orelhas de Pau ou Canoeiros, o nome da etnia Rikbaktsa significa ‘os seres humanos’. Atualmente, os Rikbaktsa são bilíngües, tendo incorporado também o português.
Vivem em terras localizadas às margens do rio Juruena, no Noroeste de Mato Grosso, dividido em cerca de 30 aldeias dentro dos limites de suas fronteiras, como estratégia de vigilância e uso dos recursos naturais.
Na Aldeia Primavera, a comunidade vive da extração sustentável da castanha. Eles também plantam arroz, milho e mandioca em suas terras.