MPE poderá condenar município de Juína por superlotação da UPA

 



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MPE poderá condenar município de Juína por superlotação da UPA

Juína News

12 de Julho de 2019 as 08:33

 

A superlotação de pacientes na unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade de Juína/MT nos últimos dias é motivo de preocupação não só para o poder público, mas também para o ministério público estadual.

Com uma grande quantidade de pacientes a serem atendidos, o dia-a-dia, está sendo um ‘caos’ na unidade com pacientes reclamando na demora do atendimento e de profissionais terem que trabalhar sob grande pressão para conseguirem prestar um bom serviço à população.

Na UPA, as urgências e emergências são prioridade e por esse motivo casos menos complexos esperam mais tempo para atendimento. 

Em visita a UPA o promotor de justiça civil Marcelo Linhares falou ao portal Juína News sobre a real situação da Unidade e os problemas que lá foram detectados.

Marcelo Linhares, ressaltou que a UPA de Juína tem sido um objeto de fiscalização constante por parte do Ministério Público Estadual, pois a unidade está prestando um atendimento regionalizado e não recebe investimento do estado para adequações e melhorias.

Foi realizada uma fiscalização da vigilância sanitária estadual, solicitada pela promotoria da cidade de Juína, onde após uma reunião ficou detectado algumas falhas nos procedimentos da UPA que colocava em risco a vida dos pacientes, onde certos insumos que deveriam ser utilizados várias vezes, outros que só eram permitidos o uso no máximo por três horas, porém passavam até 24 horas sendo utilizados.

Também ficou comprovado que havia 23 pacientes que não deveriam estar internados na UPA, sendo que os pacientes só podem permanecer na Unidade de Pronto Atendimento por no máximo 24 horas. Entretanto não havia lugares para encaminhar os pacientes, uma vez que o hospital Municipal encontra-se com uma superlotação também, não havendo leitos disponíveis.

O promotor afirmou que em um certo momento não havia mais nem uma maca disponível, onde os funcionários da UPA estão trabalhando de forma desfalcada, trabalhado por três , sendo necessário a unidade ter mais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagens para atender a demanda, onde o promotor de justiça entrou em contato com a secretária de saúde Leda Villaça, que está em viagem para que se tome as devidas providências, e que não havendo, o Ministério Público Estadual entrará com uma ação condenando o município de Juína a pagar internações em hospitais particulares para as pessoas que se encontram internadas nos corredores da UPA.

 “Mesmo sabendo que a omissão principal provem do governo do estado, que não investe na construção de um hospital regional e nem investe no hospital municipal e também com a UPA que já deveria ser expandida, o MPE se vê na obrigação de judicializar essa questão, mesmo não sendo o promotor de justiça e nem o juiz os responsáveis por administrar a cidade, e sim é uma tarefa que cabe ao estado, ao prefeito e vereadores, que tem que trabalhar em prol da população” afirmou Marcelo Linhares, que disse ainda acreditar que nada será feito, cabendo ao Ministério Público e ao judiciário “colocar um “band-aid”, onde deveria ser feito uma cirurgia”.

Ainda foi ressaltado pelo promotor Marcelo Linhares, a questão das pessoas que deixam de ir nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para serem atendidas na UPA, fator que colabora para a superlotação da unidade, porém existem casos de bairros da cidade em que as UBSs encontra-se há vários meses sem um profissional médico e os pacientes são encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento, onde muitos procedimentos médicos comuns devem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde dos bairros, porém a promotoria já notificou a secretaria de saúde para restabelecer os atendimentos médicos nas unidades que estão sem, uma vez que sem médicos nas Unidades dos bairros, a população tem que buscar por atendimento na UPA.

Segundo o promotor Marcelo Linhares, se as UBSs oferecer o serviço médico, a UPA consegue ser “desafogada”, porém não irá resolver o problema da saúde na cidade de Juína, e por esse motivo o Ministério Público chama atenção do prefeito para que se busque alternativas e recursos para ampliação e melhoramento tanto da UPA, quanto do hospital municipal e critica gastos com festas no município.

 “Não é hora de ficar fazendo festas e nem gastando com ‘bobagens’. Temos terrenos que não estão sendo utilizados e foram doados para uma repartição e a mesma não construiu, que venda esses terrenos e use o dinheiro na construção de um novo hospital, onde tranquilamente o executivo levanta de seis a sete milhões de reais, para fazer as melhorias para o povo, pois quem está morrendo nos corredores de UPA e hospitais, quer mais que haja atendimento, priorizando a saúde” - pontuou Marcelo Linhares, que ainda lembrou que o orçamento do município foi gasto além do permitido, sendo utilizados recursos para atender pessoas de outros municípios, fazendo trabalho de um hospital regional sem obrigação.

O promotor de justiça Marcelo Linhares disse que sugeriu a contratação de mais profissionais, médicos, enfermeiras e técnicos em enfermagem para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas que não se pode exigir essa contratação, pois existe limitações orçamentárias, cabendo a prefeitura municipal de Juína avaliar e decidir o que se é prioridade. Uma vez que já se ultrapassou a lei de responsabilidade fiscal, cabe ao chefe do executivo excluir alguns cargos comissionados e fazer junções de secretarias.

 










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