Os servidores públicos do Estado não descartam a deflagração de uma nova greve nos próximos dias. A motivação seria o não pagamento da parcela da RGA 2017 (Revisão Geral Anual), prevista para ser concedida este mês. Porém, o acordo não pôde ser cumprido após decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Nesta terça-feira (13), todas as centrais sindicais de servidores do Poder Executivo retomarão a Assembleia Geral iniciada em 24 de setembro.
De acordo com o presidente do Sinpaig (Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo), Edmundo Leite, as classes estão aguardando um posicionamento positivo no sentido de o pagamento ser liberado.
“Amanhã, nós vamos retomar a Assembleia Geral, de todas as categorias, que foi aberta em 24 de setembro. Exatamente por conta do pagamento da 3ª parcela, que ia ser paga e suspendeu. Vai ser reaberta às 14h. Se não houver sinalização, haverá paralisação”, afirmou hoje em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, afiliada à Record.
O presidente ainda avaliou a intervenção do TCE como algo atípico e fora de hora, uma vez que os servidores e o Governo já haviam chegado a um consenso.
Nesta segunda-feira, os servidores públicos recebem o pagamento dos salários a partir das 18h00. O Governo explicou que já elaborou uma folha suplementar com previsão de pagamento da RGA, mas espera decisão do TCE para liberar os valores aos servidores.
COMPARATIVO
Edmundo também comparou as gestões Silval Barbosa e Pedro Taques (PSDB), atual governador e sucessor do primeiro. Na entrevista, o presidente elogiou o compromisso dos dois governantes e avaliou que os dois cumpriram com os deveres.
Ao tecer os elogios, porém, Edmundo afirmou que neste ano o atual governador passou a tentar postergar o pagamento da última parcela RGA 2016.
REAJUSTE
A Revisão Geral Anual não é um aumento salarial, mas uma correção devido às perdas causadas pela inflação. Ela se baseia no índice do ano anterior. Em 2016, como o cálculo se baseava na inflação de 2015 e esta foi alta, a RGA apontou o índice de 11,28%.
Na época, o Governo alegou que o reajuste causaria impacto na ordem de R$ 628 milhões já na folha de 2016. O caso se tornou uma disputa de poder entre o governador Pedro Taques e os servidores públicos.
No fim, os dois firmaram acordo para o Governo conceder o reajuste de forma parcelada.