Funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá fizeram uma assembleia neste sábado (25) para discutir a situação da greve na unidade, que já dura 26 dias. Os trabalhadores estão sem receber salário há dois meses e dizem que só voltam a trabalhar se receberem.
A assembleia foi realizada no refeitório da Santa Casa. Os funcionários debateram sobre o anúncio do governo e da prefeitura que fizeram a proposta de repassar R$ 6 milhões para solucionar a greve.
Os funcionários recusaram a proposta de acordo apresentada. Eles não concordam com a forma que o dinheiro seria distribuído. Ainda alegam que o dinheiro seria insuficiente para pagar salários de funcionários e médicos.
Segundo os funcionários, a Santa Casa tem hoje cerca de 800 funcionários, entre médicos, enfermeiros e apoio técnico. Cerca de 70% aderiu ao movimento e 30% continua trabalhando de forma reduzida no centro cirúrgico, UTI e setor de nefrologia.
A direção do hospital alega atraso nos repasses por parte do poder público. Já estado e município apontam má gestão dos recursos pelo hospital.
Na proposta do governo, dos R$ 6 milhões, uma parcela será paga no dia 29 de agosto e a outra no dia 29 de setembro.
A categoria diz que a dívida do pagamento de salário de funcionários ultrapassa R$ 4 milhões. Já o salário dos médicos, que não recebem desde outubro de 2017, passa dos R$ 7 milhões, chegando a dívida total de R$ 12 milhões.
Ainda, eles pedem a troca da direção da Santa Casa. Dos 265 leitos do hospital apenas 36 estão ocupados. No setor de hemodiálises o atendimento foi mantido com 50% dos funcionários.
A greve dos funcionários da Santa Casa sobrecarregou outros hospitais como o Pronto-Socorro de Cuiabá e de Várzea Grande, que estão lotados. Os pacientes são atendidos nos corredores em condições precárias.