Pacientes que recebem o atendimento em casa, conhecido como home care, podem ser transferidos para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por falta de abastecimento dos cilindros de oxigênio. Segundo a empresa Help Vida, responsável pelo atendimento, a falta de pagamento por parte do governo do estado fez com que a White Martins, prestadora de serviço que faz a recarga de oxigênio, suspendesse o serviço na quarta-feira (29).
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) passou a responsabilidade pela falta de dinheiro para o pagamento para a Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz-MT) que, por sua vez, não assumiu o problema. A Secretaria de Comunicação pediu para que a reportagem entrasse em contato com a Secretaria da Casa Civil, que afirmou que uma reunião será feita nesta quinta-feira (1º) com a empresa e familiares dos pacientes, para tratar do assunto.
Atualmente, a Help Vida atende a 48 pacientes com o home care e, destes, 28 são de alta complexidade e dependem do uso de aparelhos para respirar. Com o serviço cortado, a empresa terá que transferir esses pacientes para hospitais com UTIs, para garantir a sobrevivência deles.
De acordo com a empresa, a primeira notificação alertando o governo, a Justiça e o Ministério Público sobre o risco de interrupção dos serviços foi feita no dia 14 de novembro. Na ocasião, a Help Vida informava que estava há seis meses sem receber, uma dívida total de mais de R$ 6,5 milhões.
No dia 21 de novembro, a empresa pediu às prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, a disponibilização de leitos para receber os pacientes. Três dias depois, a empresa deu um ultimato, informando que não tinha mais condições de honrar os compromissos com os credores e apresentando uma notificação da empresa White Martins, dizendo que faria o últio abastecimento dos cilindros de oxigênio no dia 29 de novembro.
Nessa última notificação, a Help Vida afirmava, ainda, que o pagamento de R$ 1,1 milhão feito pelo governo para quitar o mês de junho não supria as necessidades da empresa e que, com o vencimento de mais um mês, a dívida continuava a mesma.