Malária persiste em Mato Grosso, apesar da redução dos casos

 



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Malária persiste em Mato Grosso, apesar da redução dos casos

Diário de Cuiabá

20 de Junho de 2025 as 20:18

  Foto: Reprodução

Mato Grosso registrou queda no número de casos de malária, entre janeiro e abril deste ano.

Dados do Ministério da Saúde, apresentados durante o lançamento da Frente Parlamentar pela Malária (Fpema), em Brasília (DF), mostram que as notificações reduziram de 438 no primeiro quadrimestre de 2024 para 193 casos no mesmo período de 2025, o que corresponde a uma redução total de 55,9%.

Lançada no início desta semana com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a Frente foi criada com foco na eliminação da malária no Brasil até 2035.

No país, o monitoramento do órgão federal de Saúde aponta queda de 25%, com 34 mil casos nos quatro primeiros meses deste ano contra 45 mil registros no mesmo espaço de tempo de 2024.

A Frente articula o Congresso Nacional, pesquisadores, gestores públicos, organismos internacionais e comunidades locais e visa promover políticas sustentáveis baseadas em evidências científicas.

Para alcançar a meta, o grupo atuará em cinco eixos estratégicos, sendo eles vigilância em Saúde; planejamento e captação de recursos; instrumentalização legal e política; pesquisa científica; e mudanças ambientais e climáticas.

Além de dar visibilidade à causa, a Fpema tem o objetivo de impulsionar a cooperação nacional e internacional para a eliminação da enfermidade.

Também visa fortalecer ações integradas no enfrentamento à doença, com foco na Amazônia Legal, que concentra a maioria dos casos.

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) fará parte do Comitê Consultivo do grupo.

Durante o lançamento frente, Padinha citou Mato Grosso como “modelo a ser seguido” e que a estratégia de enfrentamento adotada no Estado deve ser ampliada para outras regiões prioritárias.

Ao longo de todo ano passado, foram pouco mais de 1,1 mil notificações da doença em nível estadual, o que significa dizer que a malária persiste no território mato-grossense.

Ainda conforme dos dados do MS, também registram queda no número de casos Roraima (39%); Rondônia (45,7%); Pará (35%), Amapá (16%) e Amazonas (10%).

Já o Acre teve leve alta de 5% e o Maranhão registrou aumento de oito casos no período: de 7 para 15.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera um país livre da malária se, por três anos consecutivos, não registrar nenhum caso autóctone (excluindo os casos importados). 

O Ministério da Saúde reforçou ainda que o apoio da frente ao órgão federal está previsto em duas fases: a primeira contempla a implementação das estratégias em 16 municípios prioritários até 2026.

A segunda etapa, prevista até 2030, ampliará a cobertura para 32 municípios, com oficinas de microplanejamento, capacitação nacional em entomologia e ações articuladas de diagnóstico, tratamento e controle vetorial. 

“Quero me comprometer com duas ações imediatas: concluir, junto com esta Frente, uma avaliação da estratégia atual e promover um diálogo direto com os governadores da Amazônia Legal e os prefeitos dos municípios mais afetados”, afirmou o ministro Padilha durante o lançamento da frente. 

INVESTIMENTOS - Em 2024 e 2025, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 47 milhões no enfrentamento da malária, com ações intensificadas nos municípios prioritários.

O agravo está incluído no programa Brasil Saudável, que tem como meta eliminar 11 doenças e cinco infecções de transmissão vertical como problemas de saúde pública.

Já o Plano Nacional de Eliminação da Malária (PNCEM) prevê, entre outras ações, a implementação do medicamento tafenoquina, iniciada em março de 2024 e com previsão de cobertura nacional até o final de 2026. 

O QUE É - A malária é uma doença endêmica causada por um parasita chamado plasmodium.

Ele se instala nos mosquitos do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego, e passa para o corpo humano no momento da picada.

O quadro clínico da malária pode ser leve, moderado ou grave, dependendo da espécie do parasita, da quantidade de parasitas circulantes, do tempo de doença e do nível de imunidade do paciente.

O diagnóstico precoce e o tratamento específico e oportuno são as únicas formas de evitar o agravamento do quadro e o óbito.










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