Mato Grosso registrou queda no número de casos de malária,
entre janeiro e abril deste ano.
Dados do Ministério da Saúde, apresentados durante o
lançamento da Frente Parlamentar pela Malária (Fpema), em Brasília (DF),
mostram que as notificações reduziram de 438 no primeiro quadrimestre de 2024
para 193 casos no mesmo período de 2025, o que corresponde a uma redução total
de 55,9%.
Lançada no início desta semana com a presença do ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, a Frente foi criada com foco na eliminação da malária
no Brasil até 2035.
No país, o monitoramento do órgão federal de Saúde aponta
queda de 25%, com 34 mil casos nos quatro primeiros meses deste ano contra 45
mil registros no mesmo espaço de tempo de 2024.
A Frente articula o Congresso Nacional, pesquisadores,
gestores públicos, organismos internacionais e comunidades locais e visa
promover políticas sustentáveis baseadas em evidências científicas.
Para alcançar a meta, o grupo atuará em cinco eixos
estratégicos, sendo eles vigilância em Saúde; planejamento e captação de
recursos; instrumentalização legal e política; pesquisa científica; e mudanças
ambientais e climáticas.
Além de dar visibilidade à causa, a Fpema tem o objetivo de
impulsionar a cooperação nacional e internacional para a eliminação da
enfermidade.
Também visa fortalecer ações integradas no enfrentamento à
doença, com foco na Amazônia Legal, que concentra a maioria dos casos.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) fará parte do
Comitê Consultivo do grupo.
Durante o lançamento frente, Padinha citou Mato Grosso como
“modelo a ser seguido” e que a estratégia de enfrentamento adotada no Estado
deve ser ampliada para outras regiões prioritárias.
Ao longo de todo ano passado, foram pouco mais de 1,1 mil
notificações da doença em nível estadual, o que significa dizer que a malária
persiste no território mato-grossense.
Ainda conforme dos dados do MS, também registram queda no
número de casos Roraima (39%); Rondônia (45,7%); Pará (35%), Amapá (16%) e
Amazonas (10%).
Já o Acre teve leve alta de 5% e o Maranhão registrou
aumento de oito casos no período: de 7 para 15.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera um país livre
da malária se, por três anos consecutivos, não registrar nenhum caso autóctone
(excluindo os casos importados).
O Ministério da Saúde reforçou ainda que o apoio da frente
ao órgão federal está previsto em duas fases: a primeira contempla a
implementação das estratégias em 16 municípios prioritários até 2026.
A segunda etapa, prevista até 2030, ampliará a cobertura
para 32 municípios, com oficinas de microplanejamento, capacitação nacional em
entomologia e ações articuladas de diagnóstico, tratamento e controle
vetorial.
“Quero me comprometer com duas ações imediatas: concluir,
junto com esta Frente, uma avaliação da estratégia atual e promover um diálogo
direto com os governadores da Amazônia Legal e os prefeitos dos municípios mais
afetados”, afirmou o ministro Padilha durante o lançamento da frente.
INVESTIMENTOS - Em 2024 e 2025, o Ministério da Saúde
investiu mais de R$ 47 milhões no enfrentamento da malária, com ações
intensificadas nos municípios prioritários.
O agravo está incluído no programa Brasil Saudável, que tem
como meta eliminar 11 doenças e cinco infecções de transmissão vertical como
problemas de saúde pública.
Já o Plano Nacional de Eliminação da Malária (PNCEM) prevê,
entre outras ações, a implementação do medicamento tafenoquina, iniciada em
março de 2024 e com previsão de cobertura nacional até o final de 2026.
O QUE É - A malária é uma doença endêmica causada por
um parasita chamado plasmodium.
Ele se instala nos mosquitos do gênero Anopheles, também
conhecido como mosquito-prego, e passa para o corpo humano no momento da
picada.
O quadro clínico da malária pode ser leve, moderado ou
grave, dependendo da espécie do parasita, da quantidade de parasitas
circulantes, do tempo de doença e do nível de imunidade do paciente.
O diagnóstico precoce e o tratamento específico e oportuno
são as únicas formas de evitar o agravamento do quadro e o óbito.