Luciane Latorre, de 47 anos, moradora de Brasnorte, denunciou o Hospital Municipal de Brasnorte. Segundo ela, após passar por uma cirurgia de retirada de útero no mês de janeiro deste ano, o órgão foi encaminhado para biópsia sem seu conhecimento.
Após 40 dias, Luciane foi informada de que o laboratório
responsável não havia realizado a biópsia e que ela deveria procurar um
laboratório particular para o procedimento. Em seguida, uma enfermeira do
hospital enviou uma foto mostrando que o órgão estava armazenado em um pote de
margarina, orientando-a a providenciar uma nova embalagem para encaminhá-lo ao
laboratório particular. A moradora relatou ter ficado transtornada com a
situação e indignada com a falta de cuidado no armazenamento do órgão.
A paciente informou que registrou uma denúncia junto ao
Ministério Público e pediu mais respeito para com a população de Brasnorte.
Para ela, o ocorrido demonstra negligência no manuseio de materiais cirúrgicos
e levanta preocupações quanto ao atendimento prestado na unidade de saúde.
OUTRO LADO
Evellin Duarte, diretora do Hospital Municipal de Brasnorte,
confirmou que o caso realmente ocorreu e que a situação não foi isolada.
Segundo ela, o hospital foi recentemente notificado pelo laboratório Lapatte,
responsável pela realização das biópsias pelo SUS, de que algumas amostras não
seriam mais aceitas. Antes, todas as amostras coletadas no hospital eram
analisadas pelo laboratório, mas agora algumas estão sendo recusadas ou
devolvidas com um prazo muito longo. Ao serem informados sobre a recusa, os
pacientes são orientados a buscar um laboratório particular, como aconteceu no
caso de Luciane.
A diretora do hospital também confirmou que a amostra para
biópsia estava armazenada em um pote de margarina e que o hospital pediu à
paciente que levasse um novo frasco para que fosse feita a troca. No entanto,
após contato com o laboratório, foi informado que a amostra seria aceita com a
troca de pote, pois estava devidamente conservada em formol, conforme o
protocolo.
Questionada sobre o motivo pelo qual o hospital não fornece
os frascos adequados aos pacientes, Evellin afirmou que a unidade de saúde
dispõe apenas de frascos pequenos para armazenamento de amostras. Ela ressaltou
que o hospital já busca alternativas para melhorar o fornecimento de materiais
adequados e evitar transtornos como esse no futuro.