O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do advogado Antônio Valdenir Caliari, que foi cumprida nesta quinta-feira (27/02) pela Polícia Civil de Juína.
A reportagem conversou com o Dr. João de Oliveira Gomes,
colega de trabalho de Caliari, que afirmou estar perplexo com a notícia. “Vamos
analisar agora quais medidas serão tomadas”, destacou.
Caliari foi um dos presos nos atos do dia 8 de janeiro de
2022, em Brasília, e passou meses detido no Complexo Penitenciário da Papuda.
Posteriormente, teve a prisão domiciliar concedida em 27 de fevereiro de 2023,
com medidas cautelares.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes intimou
Caliari a prestar esclarecimentos sobre supostas violações da tornozeleira
eletrônica. De acordo com o relatório da Secretaria de Estado de Segurança
Pública do Mato Grosso, o advogado teria descumprido as medidas cautelares 102
vezes em aproximadamente três meses.
“Diante do relatório de violações encaminhado pela
Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso e dos
esclarecimentos prestados acerca das violações detectadas, intime-se a Defesa
do réu Antônio Valdenir Caliari para complementar os esclarecimentos prestados,
acompanhados dos respectivos documentos comprobatórios, no prazo máximo de
cinco dias, sob pena de decretação da prisão, nos termos do artigo 312, § 1º,
do CPP”, determinou Moraes.
A defesa do advogado alegou que o sinal de GPS da
tornozeleira eletrônica tem baixa frequência na região, o que pode ter gerado
falhas no monitoramento. Segundo os advogados, o problema afeta diversos
dispositivos na localidade e já foi reportado à Central de Monitoramento do
Estado. Caliari prestou esclarecimentos à Vara de Juína e foi orientado a encaminhar
essas informações ao STF.
“Foi informado pela Central de Monitoramento do Estado que a
frequência do sinal de GPS nesta região é muito baixa e que isso ocorre com
frequência em quase todos os dispositivos, gerando problemas dessa natureza”,
argumentou a defesa.
Ainda não há informações concretas se a prisão foi decretada
exclusivamente devido às violações da tornozeleira eletrônica ou se o ministro Alexandre
de Moraes reuniu outros elementos para justificar a decisão. O caso segue em
análise e a defesa de Caliari busca reverter a prisão.