O município de Juína, ao Noroeste
de Mato Grosso, perdeu nesta quarta-feira, 26, um de seus mais ilustres
cidadãos. Cândido Simionatto, deixa seu nome marcado no município como um de
seus pioneiros, com um legado de contribuições positivas, especialmente no
comércio, onde foi, em 1983, sócio fundador da Associação Comercial e
Empresarial, a ASCOM, e sócio proprietário do extinto Super Simionatto. Seu
Candido lutava contra um câncer na garganta.
Como muitas famílias pioneiras,
chegou a região de Juína movido pelas informações de que um projeto do governo
federal, à época militar, visava o povoamento da região noroeste, tendo como
carro chefe uma rodovia, a AR 1, projetada a partir de Vilhena, RO, até
Aripuanã, único núcleo populacional da amazônia mato-grossense.
Cândido, nesta época, estava
naquele município de Rondônia, onde chegara, vindo do Estado do Paraná, num
período de grande fluxo migratório. Sulista, nascido no Rio Grande do Sul em 16
de junho de 1949, em solo paranaense se formou em Contabilidade, um dos cursos
mais valorizados da época.
O ano de 1975 assinala sua saída
do sul do país, na direção, inicialmente de Rondônia. Se dirigiu à Vilhena para
“se aventurar”, como relata em depoimento para o livro ”Hilton Campos, História
Vivida, História Contada”. Foi por lá, quando já estabelecido e atuando como
professor - outra aventura, pois alegava não estar preparado para o desafio -
que ouviu falar do projeto desenvolvimentista da CODEMAT.
Movido pelo espírito de buscar
rumos e oportunidades, deslocou-se para o Escritório da empresa com o propósito
de conhecer o projeto gerenciado por Hilton Campos. Esse buscava alguém para
tomar conta do setor financeiro do projeto da AR-1 na região. Depois de uma
rápida conversa, sua vinda ficou acertada, se concretizando em 1º de setembro
de 1975.
Referindo-se aos seus primeiros
momentos onde seria Juína, naquele ano, Cândido registrou ter acompanhado a
abertura da estrada, fazendo o pagamento dos funcionários no primeiro dia de
cada mês, com dinheiro separado em envelope. Depois que a estrada avançou na
direção de Aripuanã, resolveu ficar na sede do Projeto-Juína.
Ele se estabeleceu no lugar onde
seria Juína, antes da demarcação dos lotes. Quando um engenheiro apareceu,
vindo da capital do Estado, para fazê-lo, escolheu quatro, sendo dois
comerciais e dois residenciais. O primeiro lote urbano de Juína foi seu.
No ano de 1979, após sair da
CODEMAT, abriu seu Armazém de Secos e Molhados, em uma casa de 10 x 10, que
progrediu, com o tempo, para 3 mil metros quadrados, num negócio com outros
quatro irmãos que durou 34 anos, encerrado em 2013, quando era Super
Simionatto.
Sua história em Juína também é
referenciada pelo envolvimento com o campo, especialmente depois do fim das
atividades do Supermercado. Em todo o tempo, desde a distante chegada, sua
presença foi marcada pela determinação em somar com os que acreditaram nas
potencialidades de Juina. Por essas e outras, deixa marcas que serão lembradas
pelas futuras gerações.
O Juína News une-se às homenagens
póstumas do momento e informa que o velório de Cândido Simionatto acontece a
partir das 18h30, na Capela da Esperança Wilson Locatelli no Módulo – 05.