O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirma não ter medo de passar por um novo processo eleitoral, caso seja anulado o pleito que deu vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na eleição do segundo turno.
A declaração do parlamentar vem depois da informação, publicada pelo O Antagonista na terça-feira (15), de que o Partido Liberal (PL) iria pedir a anulação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Logo após a publicação, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não negou a intenção de pedir a anulação. Costa afirmou que a versão do relatório publicada pelo Antagonista é obsoleta e que o partido ainda conclui um trabalho de fiscalização independente das urnas.
Cattani afirma não temer passar por um novo processo eleitoral, já que ele próprio foi reeleito e o PL foi um dos partidos que fizeram a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado no país, nestas eleições.
"Para nós, não é um risco nenhum. Não é perca, não é ganho, não é nada. Nós queremos eleições limpas. Isso é ganho para o país. Só isso", disse.
O deputado cita que está sabendo da proposta de anulação pela mídia, diz apoiar a iniciativa do partido caso existe alguma irregularidade, mas não apresentou nenhuma prova de que ela tenha sido fraudada ao se questionado pela imprensa.
"Tudo aconteceu, mas tudo que está aí. Eu não tenho o que te dizer, não tem uma nota oficial do que eles vão se basear, mas você tem, por exemplo, lugares onde Bolsonaro não teve nenhum voto, tem as inserções [de rádio], tem um monte de coisa que não estão explicadas. Porque não entregam o código fonte? Se não devem nada, não tem nada a temer", diz.
A situação de Bolsonaro não ter recebido um único voto ocorreu em uma comunidade indígena de Confresa. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já afirmou que é comum a convergência de votos em áreas indígenas ou quilombolas. A Justiça Eleitoral em Mato Grosso descarta fraude nesses locais.
O código fonte das urnas é aberto para fiscalização, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso das inserções de rádio, o próprio partido de Bolsonaro desistiu da demanda, depois que não foram apresentadas provas das acusações.
O PL contratou uma fiscalização junto ao Instituto Voto Legal, a pedido do próprio Bolsonaro, para verificar a possibilidade de fraude nas urnas eletrônicas.
Segundo a matéria, publicada na coluna do jornalista Guilherme Amado, a previsão de conclusão da fiscalização é dezembro.
“O trabalho de fiscalização do PL termina em dezembro, está em andamento. Ainda não foi divulgada qualquer versão final de relatório, temos estudos em andamento. A versão publicada pelo Antagonista é obsoleta e não está assinada por ninguém”, escreveu Valdemar para deputados do PL, segundo publicado pelo Metrópoles.