O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, foi um dos alvos das investigações da Polícia Federal sobre supostas fraudes em investimentos no fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios.
Ele prestou depoimento e sua residência foi alvo de busca e apreensão. As ações foram iniciadas na manhã de hoje (1) no âmbito da Operação Pausare nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e em Alagoas.
Segundo nota à imprensa da SR Rating, empresa brasileira de classificação de riscos de crédito, fundada por Rabello de Castro, o executivo estava em Brasília quando, “após ter conhecimento da operação de busca e apreensão em sua residência, no Rio, se dirigiu voluntariamente para prestar esclarecimentos à Polícia Federal”.
Ao assumir o cargo de presidente do BNDES, o economista se licenciou da instituição. O banco não se manifestou sobre o assunto.
Ainda segundo a SR Ratings, o comitê de classificação de risco da agência aprovou, entre 2009 e 2010, operações de crédito contratadas para o Grupo Mudar.
"Por norma, as agências de classificação de risco não têm acesso a informação sobre os futuros investidores, entre eles o Postalis”, afirma a nota.
De acordo com a Polícia Federal, em razão da má gestão dos recursos, o déficit da Postalis é de aproximadamente R$ 6 bilhões, e “para enfrentar o desequilíbrio nas contas do fundo, aposentados e funcionários da ECT, além do Tesouro Nacional, tiveram de aumentar a contribuição para o fundo de previdência”.
Segundo a Polícia Federal, as medidas judiciais têm como alvo pessoas físicas e dirigentes de instituição financeira internacional, além de pessoas jurídicas. Por meio de nota, a PF informou que, dentro desse grupo, há empresas com títulos em bolsas de valores e instituições de avaliação de risco.