O presidente do Partido Progressista (PP), senador Ciro
Nogueira (PI), informou nesta segunda-feira (28) que a futura Federação entre o
União Brasil e o PP - que será formada nesta terça-feira (29) - avaliará a
saída ou não da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Indagado sobre o posicionamento do União Brasil — legenda
que hoje ocupa ministérios no governo Lula —, Nogueira evitou se manifestar em
nome do partido aliado. Mesmo assim, demonstrou confiança de que o União também
se afastará da base governista. “Nós temos um pensamento muito semelhante. Eu
espero que isso aconteça, porque nós temos que começar a preparar a campanha do
próximo ano”, declarou o parlamentar à CNN Brasil.
O senador expressou sua expectativa de que, uma vez
consolidada a federação, sejam iniciadas conversas sobre um “desembarque total”
do governo.
“Nós ainda temos que aprovar as convenções, nós passaremos a
discutir o desembarque total desse governo, que nós não temos identidade nem
apoio”, afirmou.
Ciro Nogueira destacou que a federação partidária em
construção terá um perfil conservador e de centro-direita. Segundo ele, cerca
de 90% dos integrantes devem adotar uma postura de oposição ao governo atual.
A fusão entre os dois partidos - União e PP - contabilizará
cerca de 108 deputados superando a maior bancada atual na Câmara, o PL com 94
deputados federais. Também se tornará a terceira maior bancada no Senado, além
de contar com seis governadores, mais de 1.300 prefeitos e ainda R$ 1 bilhão no
Fundo Eleitoral disponível até 2026.
Cenário eleitoral em 2026
Com a proximidade das Eleições de 2026, Nogueira negou o
apoio à reeleição de Lula e enfatizou a necessidade de iniciar a organização
para o próximo ciclo eleitoral.
“Pode ter certeza, nós não estaremos apoiando o atual
presidente na sua candidatura à reeleição”, reforçou o senador, deixando clara
a posição do PP em relação às eleições de 2026.
Em relação a candidatura de Ronaldo Caiado para a presidência,
lançada recentemente pelo União Brasil, Ciro Nogueira disse que considera
“legítima” e demonstrou sua admiração pelo governador do Goiás.
“Se ela for uma candidatura consistente para ganhar a
eleição, eu não teria o menor problema de apoiar essa candidatura. Mas nós só
discutiremos isso no próximo ano. Eu defendo que haja uma grande união de
forças do centro da direita para a escolha desse candidato, que pode ser o
Ronaldo Caiado”, disse Nogueira.
Nogueira reforçou que o seu candidato é o ex-presidente Jair
Bolsonaro, mas por ele estar inelegível apoiará o nome que for indicado por
Bolsonaro. “O presidente Bolsonaro tem colocado a sua candidatura. Eu acho que
é um ato que é legítimo. Nós vamos buscar que ele se torne viável, se viabilize
ainda como candidato. É uma decisão que só vai acontecer no início do próximo
ano.
Um dos nomes fortes avaliados pelo parlamentar é o da
senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura. Porém, segundo o
parlamentar, ela precisa conquistar o apoio do Bolsonaro.