O Frigorífico Golden Imex emitiu um comunicado nesta semana confirmando a suspensão das atividades na planta frigorífica de Juruena. Com a paralisação do abate, cerca de 400 funcionários não sabem agora o que vai acontecer, inclusive dezenas de venezuelanos que foram contratados para trabalhar na empresa.
“Temos a certeza que enquanto estivemos aqui, fizemos o melhor para nossos colaboradores, empresas terceirizadas e outros, trabalhando sempre com honestidade, credibilidade e honrando todos nossos compromissos”, diz o comunicado.
A empresa ainda agradeceu aos pecuaristas, mas não explicou qual o real motivo para a paralisação das atividades, embora fecha o comunicado dizendo que “nossa história não acaba aqui”.
Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, a empresa teria fechado as portas alegando falta de matéria prima. Recentemente o Golden Imex teria ameaçado suspender o abate, mas voltou atrás e deu sequência, paralisando agora em definitivo.
Falta de recursos não parece ser problema, pois o grupo Golden Imex arrematou na última terça-feira (14) a planta frigorífica de Paranaíba (MS) com lance inicial de R$ 15,7 milhões. A empresa que arrematou o prédio atualmente ocupa a planta. O lance final foi de R$ 19,9 milhões.
Em junho deste ano o Grupo Golden Imex anunciou a reabertura do frigorífico, em Paranaíba. A unidade estava fechada desde fevereiro, quando dispensou cerca de 400 funcionários.
A planta em Paranaíba pertencia ao grupo Margem que, em 2008, pediu recuperação judicial, quando foi criada a empresa Total S/A.
Em maio, o empresário Mossen Amerian, um dos diretores do Golden, durante audiência com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, colocou todas as suas dificuldades e a necessidade de se investir mais de R$ 3 milhões na unidade, porém não faria o investimento, pois a planta era arrendada.
O grupo Golden Imex tem interesse na exportação da carne produzida em Paranaíba. O Governo do Estado se comprometeu a enviar a lista para o Boi China (um padrão exigido pela China para a compra de gado do território brasileiro) e, através do programa “Pro Desenvolve”, em parceria com a Prefeitura de Paranaíba, poderá ajudar a unidade com a pavimentação da rua de acesso ao frigorífico.
Enquanto isso em Juruena, empresários acreditam que outro grupo assuma as atividades.
Em janeiro deste ano, outra unidade assustou os produtores rurais. A JBS, unidade de Juína suspendeu as atividades e passou a operação para a planta da companhia em Brasnorte. Motivo: As cidades são próximas, cerca de 160km de distância, e segundo a empresa, não se trata de um fechamento, e sim de uma reorganização operacional "para concentrar a produção regional em um frigorífico mais moderno, em Brasnorte, que foi inaugurado pela JBS no ano passado, após um investimento de R$ 70 milhões".