Joesley depe na Justia Federal em SP sobre suspeita de crime financeiro

 



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Joesley depe na Justia Federal em SP sobre suspeita de crime financeiro

G1

15 de SETEMBRO 2017 as 16:37

 

O empresário Joesley Batista – um dos donos do grupo J&F – chegou à sede da 6ª Vara Justiça Federal, na região central de São Paulo, para participar de audiência de custódia na investigação sobre uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro no meio da tarde desta sexta-feira (15).

Joesley e o irmão dele, Wesley, teriam feito operações no mercado financeiro que saberiam que seriam lucrativas com a divulgação de informações relacionadas à delação premiada firmada entre executivos da J&F e a Procuradoria Geral da República (PGR).

No início da tarde desta sexta, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região negou o pedido de habeas corpus protocolado pela defesa de Joesley e Wesley Batista. No documento, os advogados dos empresário alegavam que a prisão deles é ilegal. A defesa disse que vai recorrer.

Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, defensor de Joesley, a prisão do seu cliente foi ilegal. "Nós achamos absolutamente frágil essa prisão. Nós estamos impetrando hoje um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça pra tentar rever, para corrigir essa ilegalidade dessa prisão, dessa custódia".

"Não há nenhum elemento novo que justifique essa prisão, todos os elementos que foram usados para decretar a prisão já eram de conhecimento do Ministério Público e do juiz há meses e nunca foi decretada essa prisão. Houve busca e apreensão, os colaboradores se apresentaram à Justiça, prestaram depoimento, entregaram todos os documentos de forma que não há qualquer razão para a decretação nesse momento dessa prisão arbitrária."

De acordo com Bottini, o destino do Joesley ainda é desconhecido e ele não sabe se ele cumprirá a prisão em São Paulo ou Brasília. "Nós não sabemos, isso vai depender um pouco da juíza corregedora dos presídios para definir onde exatamente ele vai ficar, mas o fundamental é que seja garantida a segurança dele, é um colaborador. Ele apresentou e narrou fatos ilícitos cometidos por inúmeras pessoas, portanto colocá lo no sistema prisional comum é temerário. Portanto, nós pedimos que ele fique na Polícia Federal", disse.

"É importante lembrar que se ele fosse investigado por insider trading e não fosse colaborador a situação dele seria a de todos os acusados de insider trading no Brasil, que é a liberdade. Não há ninguém acusado de insider trading que esteja preso preventivamente. Portanto, o que diferencia ele é o justamente o fato de ter feito uma colaboração"

Sobre a decisão do ministro Fachin em não suspender a delação temporariamente, o defensor diz que é prudente. "Eu acho prudente, eu acho razoável. Eles têm um prazo para que se explique em um prazo de dez dias"


Antes da operação sobre mercado financeiro que também prendeu Wesley Batista na quarta-feira (13), Joesley já havia sido preso no último domingo (10) por ordem do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

O magistrado acolheu um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que solicitou a prisão com o argumento de que o empresário, que é delator da Lava Jato, omitiu do Ministério Público informações importantes em seus depoimentos.

Inicialmente, a primeira ordem de prisão contra Joesley era temporária (de cinco dias). Nesta quinta (14), Fachin converteu a prisão em preventiva (sem prazo determinado).

Joesley pousou no Aeroporto de Congonhas em um avião da Polícia Federal vindo de Brasília que seguirá para pegar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) em Curitiba, no Paraná. Pouco tempo depois, o presidente Michel Temer (PMDB) pousou no aeroporto da capital paulista vindo do Rio de Janeiro.

Já em São Paulo, Joesley passou pelo Instituto Médico Legal (IML) Oeste, da Vila Leopoldina.

Sobre a prisão preventiva relacionada ao mercado financeiro, Pierpaolo Cruz Bottini, advogado de defesa dos irmãos Batista, classificou como "injusta, absurda e lamentável". Segundo ele, a dupla de empresários "sempre esteve à disposição da Justiça, prestou depoimentos e apresentou todos os documentos requeridos". "O estado brasileiro usa de todos os meios para promover uma vingança contra aqueles que colaboraram com a Justiça", afirmou.

Após a audiência de custódia, Joesley vai voltar à sede da Polícia Federal em São Paulo.

 











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