Os militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) estão acampados em frente à sede da prefeitura de São Paulo, no Vale do Anhangabaú, desde quarta-feira 15. O grupo fez uma passeata na região para pedir que o prefeito da capital, Ricardo Nunes, “cumpra promessas feitas ao movimento” para a construção de moradias populares.
Conforme o chefe do Executivo municipal, a ação em frente à prefeitura é um movimento de viés político. “Eles dizem que eu não estou cumprindo um acordo, eu não sei qual é o acordo que eles estão se referindo”, declarou Nunes à CNN, nesta quinta-feira, 16.
“Parece algo muito mais orquestrado do que, eventualmente, uma comunidade que está pleiteando o seu direito à habitação”, afirmou Nunes.
O caso
A prefeitura explicou que em 2013, o movimento — liderado por Guilherme Boulos — invadiu uma área de proteção ambiental perto da represa Guarapiranga, na zona sul da cidade. A área foi considerada de interesse ambiental e a Secretaria do Verde e Meio Ambiente sugeriu a desapropriação para tornar o local um parque e reflorestar a vegetação, explicou o prefeito.
“Aquela área, onde eles queriam que eu desapropriasse e passasse para eles, tem um interesse da cidade, de todos, para a gente fazer essa preservação ambiental”, completou. “Não existe nenhum acordo desfeito, não fiz nenhum acordo. O que tem é a definição de uma política pública correta, fazer a habitação, mas não no local onde foi invadido.”
Em nota a prefeitura informou também que os líderes do MTST foram recebidos na tarde de ontem pelos secretários de Habitação, Verde e Meio Ambiente e Casa Civil. “Na ocasião, eles reiteraram que a prefeitura mantém diálogo permanente com os movimentos de moradia para tratar de demandas e projetos relacionados às organizações”.