PF instaura novo inquérito para investigar ex-senadora de MT

 



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PF instaura novo inquérito para investigar ex-senadora de MT

WELINGTON SABINO

21 de Junho de 2021 as 22:40

  Foto: Divulgação

Após 1 ano e 2 meses de seu afastamento em definitivo do Senado, cassada por crimes de caixa 2 e abuso poder econômico, a ex-senadora Selma Arruda (Podemos) passa a ser investigada em mais um inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF). O pedido para abertura da investigação por crime de falsidade ideológica partiu da Procuradoria Regional Eleitoral. 

O inquérito foi protocolado nesta segunda-feira (21) na 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá, sob responsabilidade do juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira. Embora não traga mais detalhes sobre os que serão investigados, o assunto do inquérito informa que a ex-senadora será investigada por crimes eleitorais, crimes contra a fé pública eleitoral, consistente em falsidade ideológica.

Trata-se de resquícios das eleições gerais de 2018 quando Selma Arruda disputou o Senado contra outros 10 candidatos e foi a mais votada para uma das duas vagas que estavam em jogo.  Ela é suspeita de ter omitido despesas e recebidas em sua prestação de contas.

Na semana passada, o juiz Jorge Alexandre Martins determinou o arquivado de outro inquérito que tinha sido instaurado para investigar Selma Arruda. As investigações apuraram o uso de um documento (contrato de mútuo) supostamente falso para explicar a origem de R$ 1,5 milhão que teria sido utilizado na campanha de Selma ao Senado. Tais recursos não foram declarados à Justiça Eleitoral. O arquivamento teve o aval da Polícia Federal e Ministério Público Eleitoral.

A juíza aposentada trocou a magistratura pela política partidária, se aproveitando de sua “fama” conquistada ao longo de vários anos à frente da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, responsável pelas prisões de políticos importantes como o ex-governador Silval Barbosa e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva. Nacionalmente ela ganhou o apelido de "Moro de Saias", em alusão ao então juiz federal Sérgio Moro que atuava em Curitiba conduzindo processos da Operação Lava Jato. Contudo, Selma teve o mandato cassado com apenas um ano de mandato como senadora.

A chapa encabeçada por Selma Arruda foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) em decisão unânime firmada em abril de 2019 por causa de gastos no valor de R$ 1,2 milhão na pré-campanha em período vedado pela Legislação Eleitoral e não declarado na prestação de contas oficial da campanha. Nesse valor, estava incluído um empréstimo irregular que ela contraiu junto ao primeiro suplente Gilberto Possamai para alavancar sua pré-campanha.

Em julgamento no dia 10 de dezembro de 2019, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ratificou a cassação de Selma Arruda imposta pelo TRE-MT. No TSE o placar foi de 6 a 1 para manter a decisão colegiada da Corte mato-grossense que cassou o mandato de Selma e seus dois suplentes, o produtor rural e empresário, Gilberto Eglair Possamai e a ex-servidora do Poder Judiciário, Clérie Fabiana Mendes. Na época da cassação os três estavam filiados ao PSL.

O afastamento definitivo de Selma Arruda do Senado só foi oficializado no dia 15 de abril de 2020, ocasião em que a mesa diretora declarou a perda do mandato e autorizou a posse de Carlos Fávaro (PSD), que ficou em terceiro lugar nas eleições de 2018 e foi responsável pela ação contra Selma.

 











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