Foto: ReproduçãoO deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), alvo da operação “Rota Final”, deflagrada pelo Ministério Público do Estado (MPE), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), revelou que foi apreendida a quantia de R$ 150 mil em sua residência durante a operação. Segundo Dilmar, o valor era proveniente da venda de um trator que ele já havia apresentado nota fiscal.
“Tudo com nota fiscal, é dinheiro meu, tudo comprovado e está lá para ser analisado com nota fiscal. Apreenderam R$ 150 mil da venda de um trator de esteira”, disse o deputado nesta quarta-feira, ao participar da entrega de máquinas pelo Governo do Estado.
Sobre as investigações, o parlamentar reafirma que é inocente das acusações e conta que sua família sofreu vários ataques por causa da operação. O democrata é investigado por, supostamente, receber propina de empresários que mantinham contratos precários no transporte intermunicipal para dificultar as licitações no sistema.
“Eu acho que antes das suposições, dava para ver o que tem de verdade ou não, e saber separar o que é o público e o que é privado. Privado é uma coisa e público é outra. As licitações nunca pararam, todas elas continuaram, o processo continuou, tanto que o Estado agora suspendeu. Suspendeu porquê? Tem alguma coisa irregular, alguma coisa errada? Não tem nada, tudo aconteceu normal”, comentou Dilmar.
Segundo as investigações, Dilmar e o ex-deputado Pedro Satélite (PSD), que integraram a Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na legislatura 2011-2015, nas condições de relator e presidente, agiram para atrapalhar o procedimento licitatório do novo sistema de transporte para beneficiar a Vale Verde Transportes. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências do deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), do suplente Pedro Satélite (DEM) e de uma assessora parlamentar, suspeitos de envolvimento no esquema.
Houve ainda a decretação da prisão preventiva do empresário Eder Pinheiro, dono da Verde Transporte, que seria o líder da organização criminosa e, também, imposição de uso de tornozeleira eletrônica no empresário Júlio César Sales, representante do Sindicato dos Empresários do Setor de Transporte Intermunicipal de Passageiros (SETROMAT). Eder Pinheiro, no entanto, encontra-se foragido.
Dilmar alega que a ação foi injusta e ressalta que o projeto licitatório apresentava falhas. “Eu acredito que daqui a uns dias nós não vamos poder ser parlamentares, não vamos poder ser legislador. Até porque, proposituras são apresentadas todos os dias dentro do parlamento e muitas proposituras são inconstitucionais, como essa própria PEC. É o direito de cada um ter uma defesa. Chega lá dentro da Assembleia, vários problemas de setores, segmentos e você tem que trabalhar por isso”, argumentou.
“Dentro da Assembleia aparece todos os pedidos, e aí você defende o que acha que está certo. Um estudo feito pela empresa, quando foi feito lá em 2010, falava de quase 8 milhões de usuários dentro do estado de Mato Grosso, que era no sobe e desce dos ônibus no período de 2010. Um relatório da Ager em 2014 falava que tinha metade. Quando o Projeto de Lei veio para aprovar em 2011, vários colegas deputados usaram a tribuna falando, olha, isso aqui é um ctrl C ctrl V. Na justificativa tinha o estado do Ceará, inclusive, isso tudo foi mostrado”, explicou.
LIDERANÇA DO GOVERNO
Apesar de conversas de bastidores sobre a saída de Dilmar da liderança do Governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), justamente por conta das investigações, o parlamentar afirma que em nenhum momento cogitou essa hipótese e que o governador também não falou sobre o assunto. “Estive conversando com ele desde o primeiro dia. Ele acredita na minha inocência, no meu trabalho, nos meus tramites com os deputados e na maneira que faço minhas articulações dentro do parlamento. Sempre falou que estamos juntos, eu nunca falei nada sobre sair da liderança e o governador nunca pediu isso para mim” declarou Dilmar.
Em relação à disputa às eleições de 2022, ele ressalta que está a disposição do partido. “De tudo isso que acontece, a cada dia eu recebo prefeito, vereadores, cada dia aumenta o apoio, inclusive, para qualquer cargo que eu pretenda disputar”, finalizou.
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